O mal que a privataria tucana fez ao país, ao emprego e às nossas vidas
Escrito por Guina
em 5 de jan. de 2012
Ganhei dois livros do meu filhote Adriano no dia 31 de dezembro/11: "A Privataria Tucana" e "A vida quer é coragem". No primeiro, um pedacinho da dedicatória: "Quem diria que algum dia o grande esquema de venda da nossa soberania seria desnudada? Que este livro possa lhe causar espanto, mas também satisfação em saber que o tucanato não sairá incólume. Beijos, mãe".
Foi como leitora que viveu aqueles anos terríveis que devorei o livro. No final dos ano 1990 eu estava na presidência do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá (desde dezembro 2010 o Amapá tem seu próprio sindicato de bancários). Com minhas companheiras e companheiros, vivi na pele, na resistência e na luta o processo de privatização do país, nesse período das trevas em que FHC presidia o país e Serra era o ministro dele. Quem foi sindicalista nesse período, sabe bem do tamanho de resistência a que me refiro, com todos os canais de diálogo fechados, o emprego e sonhos dilacerados e o mundo desabando sobre nossas cabeças. Era resistir e resistir.
No Sindicato, recebíamos a enxurrada de trabalhadores demitidos do dia pra noite e o exército formado pela cruel novidade tucana chamada de PDV's - Programas de Demissão Voluntárias -, em que as pessoas eram intimiadas a sair da empresa, com algum dinheiro no bolso e a promessa de um mundo empreendedor mágico. Vimos os suicídios decorrentes desses PDV's e choramos vendo o desespero de famílias inteiras de repente sem emprego, sem trabalho, sem renda e sem qualquer perspectiva.
Em todo o canto do país, empresas públicas vendidas a qualquer preço, fila do desemprego crescendo num ritmo alucinante, a invenção do reajuste zero e instalação de uma política de abono salarial que ia embora sem deixar nada no FGTS, no plano de saúde.
No salário-mínimo, a devastação tucana também deixou sua marca: reajustes tão mínimos no salário e nas aposentadorias que fez meu pai detestar FHC pelo resto da vida dele. Só pra ter uma ideia, de 1996 pra 1997, o mínimo subiu apenas R$ 8,00 (cresceu de R$112,00 pra R$ 120,00).
Ler "A Privataria Tucana" é indispensável pra conhecer esse período de trevas e o imenso mal que causou às famílias, ao país, à soberania, à autoestima e às nossas vidas. E não adianta a Veja aprontar pois o livro do Amaury Ribeiro Jr já é um tremendo sucesso de venda. Não deixem de lê-lo.
Fico feliz em ter investido parte substantiva da minha vida em um projeto que faz contraponto a esse projeto tucano que quer liquidar nossos sonhos e nossas vidas. Votei em Lula, Dilma e continuo acreditando e construindo a mudança junto com o PT.
Criticamente, claro, porque incondicional só amor de mãe.
Fonte: Vera Paoloni
Foi como leitora que viveu aqueles anos terríveis que devorei o livro. No final dos ano 1990 eu estava na presidência do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá (desde dezembro 2010 o Amapá tem seu próprio sindicato de bancários). Com minhas companheiras e companheiros, vivi na pele, na resistência e na luta o processo de privatização do país, nesse período das trevas em que FHC presidia o país e Serra era o ministro dele. Quem foi sindicalista nesse período, sabe bem do tamanho de resistência a que me refiro, com todos os canais de diálogo fechados, o emprego e sonhos dilacerados e o mundo desabando sobre nossas cabeças. Era resistir e resistir.
No Sindicato, recebíamos a enxurrada de trabalhadores demitidos do dia pra noite e o exército formado pela cruel novidade tucana chamada de PDV's - Programas de Demissão Voluntárias -, em que as pessoas eram intimiadas a sair da empresa, com algum dinheiro no bolso e a promessa de um mundo empreendedor mágico. Vimos os suicídios decorrentes desses PDV's e choramos vendo o desespero de famílias inteiras de repente sem emprego, sem trabalho, sem renda e sem qualquer perspectiva.
Em todo o canto do país, empresas públicas vendidas a qualquer preço, fila do desemprego crescendo num ritmo alucinante, a invenção do reajuste zero e instalação de uma política de abono salarial que ia embora sem deixar nada no FGTS, no plano de saúde.
No salário-mínimo, a devastação tucana também deixou sua marca: reajustes tão mínimos no salário e nas aposentadorias que fez meu pai detestar FHC pelo resto da vida dele. Só pra ter uma ideia, de 1996 pra 1997, o mínimo subiu apenas R$ 8,00 (cresceu de R$112,00 pra R$ 120,00).
Ler "A Privataria Tucana" é indispensável pra conhecer esse período de trevas e o imenso mal que causou às famílias, ao país, à soberania, à autoestima e às nossas vidas. E não adianta a Veja aprontar pois o livro do Amaury Ribeiro Jr já é um tremendo sucesso de venda. Não deixem de lê-lo.
Fico feliz em ter investido parte substantiva da minha vida em um projeto que faz contraponto a esse projeto tucano que quer liquidar nossos sonhos e nossas vidas. Votei em Lula, Dilma e continuo acreditando e construindo a mudança junto com o PT.
Criticamente, claro, porque incondicional só amor de mãe.
Fonte: Vera Paoloni
8/1/12 1:46 AM
No dia 03 de janeiro de 2012, eu adquiri o meu exemplar da Privataria Tucana, na Livraria Bernadete, em Barbacena MG. E foi o último que estava à venda. Eu cheguei e perguntei ao dono da livraria: - Ô Marcelo e o meu exemplar da Privataria Tucana? O Marcelo perguntou para uma funcionária já se tinha acabado pela segunda vez. Ela respondeu que ainda havia um de resto. Então eu disse: - eu quero. Paguei 35 reais em dinheiro de contado.