Venda de Emendas: Investigação Já!

A venda de emendas parlamentares, o mais novo escândalo protagonizado no governo de São Paulo, surge como uma verdadeira bomba para o PSDB.

As denúncias são graves e atingem de alguma forma o ex-governador José Serra, o atual governador Geraldo Alckmin e o deputado licenciado e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Bruno Covas.

Esse esquema da venda de emendas parlamentares coloca o PSDB numa situação difícil, pois foi denunciado por um deputado de um partido que faz parte do governo Geraldo Alckmin.

O escândalo

Em depoimento dado ao jornal "Folha da Região" de Araçatuba no dia 10 de agosto, o deputado estadual Roque Barbiere (PTB) acusou os colegas da Assembléia Legislativa de São Paulo de enriquecerem vendendo emendas parlamentares e fazendo lobby para empresas.

"Tem bastante fazendo isso. Não é a maioria. Mas tem um belo de um grupo que vive, sobrevive e enriquece fazendo isso", disse o deputado.

Segundo o deputado, de "25% a 30%" dos 94 deputados estaduais fazem esse tipo de negócio.

Tucanos atingidos

Enquanto não se apurar o caso não saberemos quais deputados praticaram a venda das emendas. Porém, Roque Barbiere disse ter alertado o ex-governador José Serra de forma verbal e oficialmente sobre suspeitas de desvios em emendas.

O escândalo das vendas de emendas parlamentares ainda trouxe á tona que o secretário estadual de Meio Ambiente e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) também sabia do problema.

Em entrevista ao jornal Estadão vejam o que foi relatado pelo tucano:

“... perguntado se já havia passado pela situação de receber propina, Covas foi enfático. ‘Ah, já , afirmou. Uma vez, consegui uma emenda parlamentar de 50 mil reais para uma obra para um município. Assinamos o convênio e depois o prefeito veio perguntar com quem ele deixava os 5 mil. Eu respondi doa para Santa Casa, eu que não vou ficar com isso. Não sei se ele contou para os outros, mas foi o único caso que eu tive na Assembléia’, completou..”

Quer dizer: ao invés de vir a público e denunciar o esquema, o secretário de Alckmin, numa atitude totalmente reprovável, omitiu-se e ainda sugeriu que a propina fosse doada. Sem contar que o mesmo Bruno Covas já disse ser contra a instalação da CPI...

O governador Geraldo Alckmin, também teve uma atitude lamentável. Logo que soube do caso da venda de emendas parlamentares Alckmin desqualificou as denúncias e já sinaliza pelo abafamento do escândalo, visto que a base aliada governista já atua para impedir a instalação de uma CPI.

Investigação Já

Diante de tão graves denúncias não é possível que o inoperante legislativo do estado de São Paulo, que há quase 20 anos é dominado pelo PSDB, desrespeite o povo paulista e impeça mais uma vez a instalação de uma CPI para investigar este escândalo.

Sabemos que durante esse mais de 20 anos de (des) governo tucano em São Paulo já foram abafadas mais de 90 CPI’s e que a luta para investigar este caso da venda de emendas parlamentares também não será fácil.

O povo precisa de respeito e tanto o governador Geraldo Alckmin, José Serra, Bruno Covas e a base aliada não podem impedir a investigação deste caso.

Os eleitores que confiaram a administração pública nas mãos desta gente precisa de uma resposta e que os envolvidos sejam severamente punidos.

Será que Alckmin irá enterrar mais uma CPI?

É triste e lamentável o que está ocorrendo em São Paulo. Como se não bastasse o caos administrativo em praticamente todas as áreas do governo, ainda temos que assistir o surgimento de mais um escândalo com o dinheiro público.

A população precisa estar atenta e cobrar atitudes do governador Geraldo Alckmin, afinal a denúncia partiu de um deputado do PTB (partido que faz parte do governo) e ainda envolve José Serra e Bruno Covas (ambos do PSDB).