José Roberto Arruda Tentou Impedir Operação

Por Leandro Mazzini, Jornal do Brasil

BRASÍLIA - O ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, mostrou-se ser um homem de peito. Na quinta-feira, véspera da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, recebeu em seu gabinete o governador José Roberto Arruda (DEM), do Distrito Federal. Ciente da investigação, não se sabe como, Arruda foi apelar para o bom senso do ministro. Pediu mais tempo para provar que era inocente. Ao que consta, Gonçalves foi solícito, mas não deu esperanças. Arruda ligou para o amigo Aécio Neves, governador de Minas, que também entrou no circuito em solidariedade. Em vão. Logo depois, bastou um telefonema do ministro para a cúpula da PF. Como se sabe, no dia seguinte, 150 policiais federais foram às ruas de Brasília, Goiânia e Belo Horizonte para busca e apreensão de documentos. O DEM faz cena. Sabia de Arruda em risco. Prova disso é que tenta blindar, senão o governador, pelo menos o partido. Na surdina, a cúpula da legenda promoveu segunda-feira à noite um jantar com quatro ministros do Supremo Tribunal Federal, na casa de um senador.

Volto já

Quando Arruda fez o apelo, o vice Paulo Octávio já tinha se mandado de Brasília. Foi para a Ilha de Itaparica (BA), e ficou incomunicável. Só apareceu ontem.

Check in

Moradores da cidade satélite de Ceilândia, simpatizantes de Joaquim Roriz, planejam hospedar-se nos hotéis de Paulo Octávio, limpar o frigobar... e sair sem pagar.

Check in 2

Entre outros, P.O., como é conhecido o vice, é dono do Kubitschek Plaza, Saint Paul e Manhattan Hotel.

Seriado

Quem acompanha de perto o drama de Arruda alerta: as primeiras fitas são apenas um trailler. Mais vídeos recentes vão aparecer. São 60 horas de gravação desde 2006.

Show do bilhão

Durval Barbosa, o algoz da turma de Arruda no Executivo e no Legislativo, foi responsável por pelo menos R$ 1 bilhão em contratos à frente da Codeplan, desde o governo de Joaquim Roriz. Principalmente de informática.

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