Um Presidente Que Vai Onde o Povo Está

Lula lança PAC nos morros do Rio; Cantagalo terá elevador

"Queremos transformar onde vocês moram num lugar decente e digno para que vocês possam se orgulhar de morar. Esse investimento vai permitir que vocês conquistem uma coisa sagrada que é a cidadania", disse o presidente, e agregou que o pobre é a "essência do povo brasileiro".


Moradores ainda não têm água encanada

"Nos próximos quatro anos temos condições de fazer mais do que já fizemos. Para isso, temos que construir as parcerias com os governos, que significam melhorias para as crianças, saúde, mais trabalho e mais cidadania para todo mundo. Quando pensamos o PAC resolvemos que era preciso levar cidadania plena ao povo que mora em condições desfavoráveis ... Esses investimentos vão permitir algo que é sagrado, a cidadania", disse ainda.

Lula foi recebido por uma escola de samba formada por jovens da comunidade e acionou um bate-estaca simbolizando o início da obra. O morro do Cantagalo fica encravado entre Copacabana e Ipanema, dois bairros de alta renda da zona sul carioca. No entanto, as 4.200 famílias que moral ali ainda têm que carregar latas d'água ladeira acima para abastecer suas casas.

Uma das obras do PAC no local é a construção de um elevador ligando o alto do morro à Rua Teixeira de Melo, perto do metrô e de pontos de ônibus. O plano prevê também sistemas de água e esgoto e a construção de dois quilômetros de vias internas, 206 casas, creche e quadras esportivas. Serão investidos R$ 35,2 milhões, sendo R$ 26,4 milhões provenientes da União e R$ 8,8 milhões do governo do estado. As obras devem começar em janeiro e ficar prontas em dois anos.

Ironia contra preconceito de classe

Lula fez ironia com o preconceito de classe no país. "Muita gente vai dizer: 'Nossa, fazer elevador? Para que pobre quer elevador? Elevador é para rico'. Não, elevador é para pobre subir esse morro".

Para o presidente, "não é justo o Rio de Janeiro aparecer nos jornais apenas nas páginas policiais. Do jeito que aparece, aqui está uma desgraceira só, quando não está. Bandido tem em todos os lugares e 99% das pessoas são trabalhadoras".

Faferj elogia mas lembra frustração com Favela-Bairro

O PAC prevê um total de R$ 2,092 bilhões para urbanização de favelas e comunidades carentes do Rio. Também está prevista a regularização fundiária de residências. As próximas obras do PAC no Rio de Janeiro devem ser dadas ainda este ano, para as favelas do Complexo do Alemão e de Manguinhos.

Durante a cerimônia, o presidente da Associação dos Moradores do Morro do Cantagalo, Luiz Bezerra do Nascimento, pediu a Lula que os moradores recebam o título de propriedade de suas casas. Cabral prometeu entregar as escrituras,e Lula frisou: "O governador do estado assumiu o compromisso com vocês de que, junto com a inauguração da obra, todo mundo que não tem o título da sua terra vai ter o título para que tenha certeza que o terreno é seu. Não virá nenhum prefeito, nenhum governador enxerido mandar a polícia tirar os companheiros de lá."

O vice-presidente da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj), José Nerson de Oliveira, concorda com a decisão de construir o elevador, aplaude a chegada do PAC aos morros cariocas: "Essa decisão do governo federal de fazer obras nas comunidades, principalmente os grandes complexos, é fundamental. É a primeira vez que se propõe a fazer esse tipo de trabalho", disse o líder comunitário para a Agência Brasil.

"Se fizerem 30% do que nos mostraram, a gente vai bater palma e rir satisfeito. Porque, no papel, o Favela-Bairro [programa de urbanização da prefeitura do Rio] também seria maravilhoso, mas na hora da execução não foi feito nem um terço", agregou Nerson, dando uma estocada no prefeito Cesar Maia (DEM).

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