Frei Henry segue recebendo ameaças de morte no Pará

Gisele Barbieri,
da Radioagencia NP

O advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Pará, Frei Henry é mais um na lista dos 116 ameaçados de morte neste estado até 2006. O religioso que atua no combate ao trabalho escravo e à impunidade nos conflitos agrários, recebeu da polícia militar do município de Xinguara (PA), a informação de que três pistoleiros estariam contratados por R$ 50 mil para matá-lo. A denúncia recebida pela polícia no início de outubro, foi mantida em sigilo pelo serviço de inteligência da corporação para não prejudicar as investigações. Os suspeitos segundo a CPT são fazendeiros da região contrários à atuação do religioso.

Frei Henry está sob a proteção policial, a pedido do governo do estado do Pará, desde fevereiro de 2005, quando já recebia ameaças. Foi nesta época que pistoleiros contratados por fazendeiros da região, assassinaram a missionária Dorothy Stang. Dorothy também denunciava esta violação de direitos humanos do Pará.Segundo Henry, sua rotina de trabalho não foi modificada, mas o fator impunidade para ele contribui com o aumento destas intimidações. O religioso lembra que grande parte dos crimes na luta pela terra está sem nenhuma resposta da polícia e da justiça.

Segundo a CPT nos últimos 35 anos no Pará foram mais de 800 assassinatos no campo, dos quais mais de 50% permanecem sem apuração. Mais de 90 processos criminais foram para a justiça, porém apenas 22 foram julgados e entre os cerca de 20 condenados, apenas um permanece preso.


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