Lula dá sinal verde para a construção da Rede Pública de TV

Fonte: Portal Vermelho


Pela enésima vez, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu deixar de lado o discurso previamente elaborado por sua assessoria e falou com o coração na cerimônia de encerramento do I Fórum Nacional da TV Pública, na última sexta-feira (11/05), em Brasília. Estava alegre e espirituoso, apesar de ter acordado muito cedo, às 4 horas da manhã, acometido de insônia. Não tendo o que fazer, ligou a televisão a cabo e encarou um documentário sobre o time espanhol Real Madri. Segundo Lula, o âncora do programa perguntava aos entrevistados por que o Real Madri se chamava Real Madri? Ao que todos invariavelmente respondiam pela negativa. Aproveitou este exemplo que pinçou da madrugada para refazer a pergunta ao auditório que o esperava, junto com sua comitiva ministerial para a cerimônia de encerramento do Fórum, no Hotel Nacional. “Gostaria de ter o poder de penetrar na cabeça de cada um de vocês para saber qual a TV Pública que queremos!”, instigou o Presidente.

“Precisamos da junção de todas essas idéias sobre a TV Pública no Brasil, de todos vocês, e percorrer os caminhos necessários para tornar realidade os termos da Carta de Brasília” disse Lula, depois de ouvir a leitura do texto aprovado pelo Fórum por Jorge da Cunha Lima, presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec). Aproveitou para adiantar também que este tema seria apresentado logo na próxima reunião do Conselho Político do Governo, para que os partidos políticos aliados tomassem uma posição sobre qual seria a melhor forma de encaminhar o projeto para o legislativo, se através de um Projeto de Lei ou se por Medida Provisória. Confessou também o Presidente que se esta iniciativa tivesse ficado somente no âmbito do Executivo, o resultado não teria sido tão avançado, como ele próprio constatou ao tomar conhecimento do resultado do Fórum.

A TV de Lula

Queixou-se, por fim, à guisa de tentar estabelecer um formato para a futura TV Pública brasileira, de que sentia muita falta de programas de televisão que promovessem debates mais aprofundados sobre os principais problemas do país. Citou como exceções à regra o programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, e o Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo. “Quantos pensadores e intelectuais eu conheço que poderiam debater estes temas na televisão! Até em matéria de economia, as TVs só chamam os especialistas do mercado!”, reclamou Lula. Se o primeiro mandato foi necessário para botar ordem na economia que estava em colapso, o segundo mandato, disse o Presidente, será para fazer o que não foi possível ser feito. ''Se pensarmos em uma espécie de Programa de Aceleração da Cultura, acredito que a TV Pública seria o começo desse projeto, junto com as rádios públicas'', afirmou.

O presidente Lula destacou ainda a importância do envolvimento de toda sociedade na discussão das TVs Públicas. ''Nós queremos competir na qualidade e no profissionalismo. Temos que ter uma televisão que as pessoas tenham o prazer de assistir''. Para o presidente, é essencial que ''do Oiapoque ao Chuí'', os brasileiros contem com uma TV comprometida com os princípios democráticos e que mostre a realidade social e cultural do país. Após quatro dias de debates, que reuniram 1.500 representantes do campo público de TV, profissionais e estudiosos do tema, o I Fórum Nacional das TVs Públicas foi encerrado numa solenidade que contou com as presenças dos ministros da Cultura, Gilberto Gil, e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins; o secretário executivo do MinC, Juca Ferreira; o secretário do Audiovisual, Orlando Senna; o assessor especial do ministro da Cultura e coordenador do Fórum, Mario Borgneth; e o presidente Abepec, Jorge da Cunha Lima.

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