SERRA “CORTEJA OS POBRES” DE OLHO EM 2010
Por Paulo Henrique Amorim - Conversa Afiada
Vamos supor que o brizolista Carlos Apolinário ou Orestes Quércia, do PMDB, tivesse sido eleito governador de São Paulo e, não, o presidente eleito (*) José Serra.
Vamos supor que “politicamente, o projeto ajuda(e) Apolinário (ou Quércia) a se aproximar do eleitorado mais pobre, imprimindo uma marca popular ao governo. Ele visa a romper com a imagem elitista do PDT (ou do PMDB). Esse cortejo aos pobres é uma das bases do plano de reformulação e fortalecimento do PDT (ou do PMDB) com vistas à eleição de 2010.”
Isso é o que a repórter Silvia Amorim, no Estadão de hoje, diz sobre a proposta do presidente eleito José Serra de aumentar o salário mínimo em São Paulo – só para os empregados de empresas privadas – para R$ 410. (Substitua-se PDT e PMDB e Apolinário e Quércia por PSDB e Serra.)
Temo pelo destino profissional de Silvia Amorim (com quem não tenho parentesco).
A fúria do presidente eleito pode desabar sobre ela.
Se o governador fosse Carlos Apolinário, ou Quércia, o que diria a mídia conservadora (e golpista) sobre o salário mínimo de R$ 410 ?
Um absurdo.
Demagogia pura.
Populismo barato.
Os pobres não precisam de salário mínimo.
Muito menos de Bolsa Família.
Imaginem esse homem na Presidência da República !
Porém, como se trata do presidente eleito é muito provável que o anúncio retumbante da providência seja recebido com a estupefação e o entusiasmo com que os americanos receberam o “New Deal” de Roosevelt ou a “New Society” de Johnson.