Buraco no Metrô-SP:Tucanos Na Mira da Justiça
Contrato do Metrô-SP é ação entre amigos
O relatório paralelo do acidente na Linha 4 do Metrô apresentado pela bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo mostra que o consórcio Via Amarela não poderia participar da licitação da obra. Segundo o líder do PT na Assembléia, Simão Pedro, o Via Amarela não poderia nem participar da licitação da obra.
Pedro explicou que o edital de licitação da obra dizia que para construir os lotes 1 e 2 o consórcio vencedor precisaria ter dois shields (um equipamento conhecido como tatuzão e que escava o túnel sem a utilização de explosivos). Segundo Simão Pedro, o Via Amarela tinha apenas um shield. “Tinha que ser excluído (da licitação), não cumpria com as exigências. Mas falaram que tinha, ganharam a concorrência e depois não tinha”, disse Simão Pedro.
Segundo o deputado, a solução que o Metrô encontrou foi colocar as empresas perdedoras da licitação (do consórcio Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez) dentro do consórcio Via Amarela. “O que não era permitido pelas normas do Banco Mundial, que foi um dos financiadores da obra”, disse Pedro.
O relatório da bancada do PT também questiona o preço da obra. O consórcio Via Amarela teria cobrado uma preço muito abaixo do custo real da obra só para vencer a licitação. Segundo Simão Pedro, o Metrô não fez nenhuma análise para verificar se o preço oferecido pelo consórcio era compatível com a obra.
“O relatório mostra que houve uma ação entre amigos no processo de licitação. Houve manobras e um processo para que o consórcio Via Amarela fosse o ganhador”, disse Simão Pedro.
Simão Pedro disse que o relatório apresentado pela bancada do PT na Assembléia vai agora ser encaminhado ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado e à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Fonte: Conversa Afiada