Privatistas depredaram Estado e advogam cadeia para menores

Uma sociedade que não se preocupa com seus jovens está morta ou condenada a morrer. É o que a mídia dos monopólios quer para o Brasil

A terrível morte do menino João Hélio como veu intensamente todos nós, como era inevitável que comovesse. Somente uma completa aberração emocional ficaria insensível diante de um crime tão brutal e covarde. No entanto, se é muito triste a morte de João Hélio, é repugnante a tentativa oportunista, sem caráter e irresponsável de se aproveitar dela, de manipular o sentimento alheio, de incitar a que as pessoas se rebaixem ao nível de bandidos, feita, exatamente, por quem são os mais responsáveis pela situação que mata, todos os anos, milhares de crianças.

É esse o pano de fundo da atual gritaria sobre a redução da maioridade penal. Em toda a nossa História, o aumento da maioridade penal sempre foi considerado um índice do progresso da civilização sobre a barbárie. Assim, a maioridade penal no Império era atingida aos 10 anos. Na República Velha, passou para 14 anos. E, finalmente, o presidente Getúlio Vargas, na década de 40 do século passado, aumentou-a para 18 anos.

Um país que não se preocupa com suas crianças e seus jovens está morto ou condenado à morte. Sempre se considerou que a sociedade, através do Estado, não pode abster-se da sua responsabilidade em relação aos seus membros mais jovens, menos maduros. O aumento da idade penal é o aumento do número de membros da sociedade sobre os quais esta assume responsabilidade direta por sua formação, reconhecendo explicitamente que se um deles transgride suas normas, há algo errado não apenas com ele, mas com a própria sociedade. Como disse o presidente Lula, reduzir a maioridade significa “absolver o Estado, responsável pela formação de uma geração de jovens empobrecidos e desesperançados”.


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