Por quem fala o trio de ferro da CPI


Doações de campanha de ACM Neto, Denise Frossard e Rodrigo Maia ajudam a explicar o posicionamento dos parlamentares na CPMI dos Correios e contradizem o discurso de moralidade pregado nos interrogatórios

Por Breno Costa - www.fazendomedia.com

Nos auditórios em que, por horas e horas, depoentes são inquiridos por deputados e senadores diante de todo o Brasil, alguns parlamentares destacam-se pela virulência e firmeza com que se dirigem aos envolvidos nos escândalos de corrupção que corroem Brasília. Parlamentares não são policiais nem juízes. Todo interrogatório nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que movimentam o Congresso, apesar de buscar esclarecimentos, tem um caráter muito mais político do que técnico.
A deputada Denise Frossard (PPS-RJ), recém egressa do PSDB, é juíza de origem. Utilizando seus atributos de oratória, vem colocando os depoentes contra a parede. ACM Neto (PFL-BA) é o jovem e promissor herdeiro do clã carlista - que ainda inclui, no Congresso, o filho senador, ACM Júnior, além de dois sobrinhos na Câmara. Já o carioca Rodrigo Maia (PFL-RJ) segue os passos políticos do pai, o prefeito do Rio, César Maia. Estes três lideram, pelo campo conservador, os interrogatórios mais incisivos contra os suspeitos de envolvimento nos escândalos.
O trio vem defendendo de maneira irrestrita a moralidade na administração pública e a ética na política. Mas o currículo deste grupo de parlamentares no que se refere a campanhas eleitorais (tema que entra no centro da discussão em Brasília, como havia antecipado este Fazendo Media) não é nada glorificante.
Denise Frossard, por exemplo, recebeu, na campanha que a elegeu deputada em 2002, R$ 80 mil de uma empresa de geração de energia elétrica chamada Enguia Gen, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Porém, a diretoria desta firma é ligada à Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), a mais destacada empresa brasileira no ramo de armas e munições. Denise, ao tomar posse, passou à Comissão de Segurança da Câmara. Em seus discursos, sempre se colocou a favor do desarmamento, apesar de também se mostrar preocupada com o crescimento do comércio clandestino.
ACM Neto, por sua vez, contou com uma grande colaboração de sua família e de empresas amigas de seus parentes famosos. A firma Gráfica Santa Helena, por exemplo, doou mais de R$ 94 mil para sua campanha em 2002. Esta empresa pertence a Antônio Carlos Magalhães e roda o segundo maior jornal da Bahia, o "Correio da Bahia", que, notadamente, sofre forte influência de ACM. Outros R$ 40 mil vieram da Uranus 2 Comunicação. Esta empresa pertence a um canadense chamado Richard Croshere, que realizou pesados investimentos na Bahia e é considerado um modelo de empreendedor em um perfil extremamente elogioso publicado pelo "Correio da Bahia". Para completar o dinheiro que levou ACM Neto a ocupar uma das cadeiras de interrogadores durante esta crise política, uma ajuda providencial de seu pai, o ex-senador ACM Júnior, atual suplente de Antônio Carlos Magalhães no Senado: o Tribunal Superior Eleitoral contabiliza R$ 144 mil despejados pelo pai na conta de campanha do jovem político baiano, tornando-o o maior doador da campanha do filho.
Completando o trio, Rodrigo Maia não foge à regra. Quem liderou as doações para a sua campanha foi a empresa StarOne, braço da Embratel no ramo de satélites. R$ 200 mil foram aplicados no mandato de Rodrigo, quase metade de todo o dinheiro arrecadado em 2002 pelo então candidato (R$ 416 mil).
Uma verdadeira guerra entre as empresas de telefonia está instalada no governo federal, envolvendo fundos de pensão estatais (fundos de previdência complementar, os maiores investidores do Brasil), no que pode ser o estopim de escândalos ainda maiores que os que povoam Brasília nas últimas semanas. Os fundos estatais (Previ, Petros, etc.) são os maiores acionistas de telefônicas como Telemar e Brasil Telecom. O fim da Embratel seria interessante para essas empresas, em termos de disputas acionárias. A Embratel, inclusive, entrou em grave crise após o colapso da sua controladora - a estadunidense MCI - e acabou sendo parcialmente vendida para a mexicana Telmex, que também tem grande participação na NET (rede de TV a cabo), das Organizações Globo. Além disso, a StarOne é contrária ao uso de software livre, opondo-se à política do governo.
Depois da StarOne, com doações mais modestas, na faixa dos R$ 50 e 60 mil, vêm imobiliárias, bancos e seguradoras. Entre eles estão o Banco Itaú e a seguradora Icatu Hartford. O deputado Rodrigo Maia integra as comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle.

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E eles querem ter moral para falar mal do Presidente LULA. Quem é Rodrigo Maia? Um obscuro deputado que aproveita a CPI para aparecer, pertence ao PFL (ARENA) de ACM e Cia.
Caiam fora seus golpistas de meia-tigela! Expliquem primeiro o escândalo Nossa Caixa de Alckimin e o rombo na Bahiatursa de ACM.
O povo quer LULA, isso está demonstrado nas pesquisas, apesar da máfia que se instalou na grande imprensa brasileira.

Guina

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