O tucanês de Bush
“Dicionário dos republicanismos”, lançado pela jornalista Katrina Vanden Heuvel, procura mostrar como distorções de linguagem alimentam a mídia e servem à disputa pelo poder nos Estados Unidos. A idéia bem que poderia ser repetida no Brasil, onde há verbetes de sobra para um "Dicionário de Tucanês"
Tucano que é tucano, não diz que vai “acabar com essa raça”: diz que “há milhões de inimpregáveis” e que “vai virar a página do getulhismo na história brasileira”. Daí o tucanês, como batizou Zé Simão, essa linguagem que mistifica, diz sem dizer, para finalmente pedir que “esqueçam o que eu falei”.
Para mostrar que é um traço comum da direita, a jornalista estadunidense Katrina Vanden Heuvel, editora do The Nation, recolheu em um “Dicionário dos republicanismos” os tucanismos da gangue de Bush.
Anunciando o objetivo do livro, ela colocou o seguinte subtítulo no dicionário: “O guia indispensável sobre o que eles realmente querem dizer quando eles dizem o que eles acham que você quer ouvir”. “Porque eles”, esclarece Katrina, “deliberada e conscientemente nunca dizem o que querem dizer ou querem dizer o que eles dizem”.
Alguns às vezes deixam escapar expressamente a manipulação: Paul Wolfowitz admitiu em entrevista à revista Vanity Fair que a expressão “armas de destruição em massa” foi decidida para desatar a guerra contra o Iraque porque era “a mais vendável” (sic).
E Katrina realça algo que cai como uma luva para as manipulações da mídia entre nós em torno da muito bem cunhada – embora nunca provada, mas isto é o que menos importa, pois o que conta é o seu sucesso – expressão do “mensalão”`: “prova positiva, se fosse necessária, de que linguagem é poder e de que os debates são vencidos ou perdidos baseados em definições”.
EMIR SADER / AGÊNCIA CARTA MAIOR

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1 comentários

  • Anônimo  
    9/1/06 11:09 PM

    Puta que pariu, petista é uma merda msm. Deviam todos ir pra cuba, morar com o fidel, ao inves de contribuir para o atraso do Brasil. E levar o ignorante do Lula com sua psicose.

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