A luta contra a ofensiva da direita
Em 16 de agosto o povo foi para as ruas, contra a ofensiva da direita
Os tucanos e a direita brasileira nunca aceitaram completamente sua derrota eleitoral em 2002 e a ascensão de um torneiro mecânico, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, ao mais alto posto do governo brasileiro. E demonstraram isto à exaustão durante 2005, ano em que resolveram jogar pesado contra o governo, sangrando-o cotidianamente, no esforço de preparar a volta da direita neoliberal à presidência da República na eleição de 2006.
Foi um ano de acusações pesadas, raivosas e sem provas contra o governo e seu partido, o Partido dos Trabalhadores, de cuja direção ceifaram parte importante, levando ao afastamento de seu presidente, o ex-deputado José Genoino, e de vários integrantes de sua direção nacional.
O governo também sofreu e teve que cortar na carne, perdendo o ministro José Dirceu, da Casa Civil, e outros petistas históricos, como o Olívio Dutra, que era ministro das Cidades. E com o afastamento de Aldo Rebelo do ministério da Coordenação Política.
O sistema de poder formado por partidos da direita reunidos em torno da aliança PSDB / PFL, o grande capital financeiro e a imprensa das grandes empresas, promoveu um verdadeiro linchamento do governo, difundindo acusações atrás de acusações sem a preocupação de verificar sua veracidade e procedência, tentando imobilizar o governo, mantendo-o nas cordas e cambaleante.
Mas a reação do governo ganhou força em setembro, justamente no momento em que a oposição direitista imaginava dar um xeque-mate ao levar à renúncia o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, que ela própria havia eleito em fevereiro, e agora envolvia num escândalo de corrupção. Mas a oposição perdeu: o deputado comunista Aldo Rebelo foi eleito para o terceiro posto na República, simbolizando a retomada da iniciativa política pelo governo, num fato histórico relevante para o país e também para o Partido Comunista do Brasil.
A retomada da iniciativa política que envolveu o próprio presidente Lula que, em suas entrevistas no programa Roda Viva, da TV Cultura, dia 7 de novembro, e para a revista CartaCapital (14 de dezembro de 2005) demonstrou a decisão de partir para a ofensiva. Na CartaCapital ele chegou a comparar a oposição brasileira com a venezuelana, agrupada na Fedecámaras, a Fiesp da Venezuela, que promoveu a tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez e mantém a ofensiva contra ele e contra a democracia naquele país.
Para Aldo Rebelo – que, como presidente da Câmara, procura manter uma posição de equilíbrio – “o presidente resolveu reagir porque julga que o seu governo e o seu partido têm sido alvos de uma pressão muito grande da oposição. O PT foi altamente golpeado pelas investidas da oposição e é natural que ele, como líder maior do próprio partido e chefe do governo que tem sido atacado pela oposição, responda e reaja aos movimentos que a oposição tem feito”. Acostumado a enfrentar, como militante comunista, o conservadorismo político nacional, Aldo considera a disputa legítima mas, diz, “é preciso preservar as regras básicas da democracia e os interesses maiores da população e do país”.
PORTAL VERMELHO

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