Revista Veja:Antes de Ler, Tape o Nariz
Na semana passada me submeti a uma tortura que há muito não fazia: ler a revista Veja. Tortura porque essa revista ainda mantém o seu tom nojento, conservador e arrogante, publicando verdadeiras “reportigos” (mistura de reportagem com artigo, ou seja, notícia recheada de opinião), já que a revista optou por um jornalismo engajado à direita.
As matérias que não tratam de política são menos indigestas. Assim comecei pela reportagem sobre o alcoolismo, que tem crescido entre as mulheres. Também há uma interessante reportagem sobre as lutas do vale-tudo (ou MMA, Mixed Martial Arts - “Artes Marciais Mistas”), que estão se tornando mais populares que o boxe e que têm brasileiros entre os melhores do mundo.
Amenidades à parte, o “jornalismo” de Veja decepciona quando trata, por exemplo, do pré-sal e critica o governo Lula que, segundo ela, mantém um “discurso retrógado-nacionalista de que só o PT protege o petróleo e outras riquezas do país”. Ou quando defende uma CPI para o MST (Movimento dos Sem-Terra), com destaque para uma senadora do DEM, afinadíssima com o discurso da revista. Ou ainda quando dá um puxão de orelha no presidente Alvaro Uribe que quer o terceiro mandato “na até então exemplar democracia da Colômbia”. Mas, o excremento do jornalismo de Veja está na seção “Ideologia” que aborda em tom sarcástico o uso de jornais do governo cubano para substituir o escasso papel higiênico naquele país.
Mas fiquemos com o pré-sal. Veja afirma que “A crença na capacidade salvacionista do petróleo está tão arraigada em uma parcela da sociedade brasileira que mesmo nos períodos em que sopraram ventos mais liberais a privatização da Petrobras nem sequer chegou a ser discutida” (p. 65). Vamos por partes: 1º) O petróleo é tão importante que tem sido motivo para invasões e guerras operadas pelos Estados Unidos para manter posições estratégicas em países aliados. 2º) Ainda bem que existe uma parcela da sociedade brasileira, democrática e socialista (ou social-democrata de fato), que entende a importância do petróleo. 3º) Os “ventos mais liberais” sopraram sim no governo FHC que entregou de bandeja quase todas as empresas estatais a corporações nacionais e estrangeiras. 4º) A privatização total da Petrobras só não foi proposta porque o ciclo neoliberal tucano foi interrompido com a eleição de Lula.
A camada pré-sal, que fica a mais de 7.000m abaixo do mar, e se estende por 800km desde o litoral de Santa Catarina até o Espírito Santo, possui petróleo e gás suficientes para colocar o Brasil como o sexto maior produtor do mundo. O que está em jogo agora é o modelo de exploração e a atuação da Petrobras. Hoje o modelo é de concessão, em que as empresas disputam num leilão público a compra do direito de explorar as áreas oferecidas pelo governo. Com a proposta de Lula, o modelo passará a ser de partilha, em que a produção é dividida entre a União e as empresas, explorando a área o consórcio que oferecer a maior quantidade de petróleo ao governo.
Só esse último item já é o suficiente para causar insônia aos lesa-pátria entrincheirados nas redações de uma revista que, exceto as matérias que não sejam reportigos, não serviria (na falta de papel higiênico) nem para limpar o traseiro, pois o papel é muito fino e liso. Após a leitura, com o nariz devidamente tapado, o destino certo será o cesto de lixo.
Elioenai Piovezan
Jornalista e professor
Fonte: Blog Sopa Primordial
14/9/09 5:12 PM
Temos que fazer um jogo "Politico tipo aquele de FHC",para PRIVATIZAR este que é um cancer na cultura do Pais, Privatizar sim, é so os Governos Senadores, Deputados e Autirades desta Nação cortar verbas de anuncios e assinaturas que, vai acabar quebrando.
21/9/09 5:10 PM
Fico satisfeito de saber que a Veja já percebeu que existe uma parte do povo brasileiro que acredita na esperança de melhoras para o país com a descoberta do pré-sal, e eu faço parte desta parcela e acredito na Petrobrás como empresa capar de administrar esta descoberta e também confio que o LULA é muito competente para saber aplicar esses recursos, por isso nós vamos votar na Dilma para continuar esse projeto do Lula.