O abraço de afogados de Quércia e Kassab.

Imprensa burguesa diz que acordo entre PMDB e DEM para eleição na cidade de São Paulo "muda eleição";PMDB quercista perdeu densidade eleitoral na capital e elegeu apenas 1 deputado federal em 2006;acordo anterior,com Luiza Erundina, resultou em fracasso eleitoral.

Jornalistas pagos pela imprensa "de referência" para atacar o PT têm elogiado o acordo entre o DEM, do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e o PMDB, chefiado no Estado De São Paulo pelo ex-governador Orestes Quércia, visando a eleição municipal de outubro próximo.

Diz a imprensa burguesa, que o aumento do tempo de televisão previsto para GK, de 4 para 7 minutos e 30 segundos, será "decisivo" para o pleito municipal.A imprensa também considera que o acordo foi um "jogada de mestre" de GK, que a possível entrada do PSDB no acordo em um hipotético segundo turno "isolaria" o PT, dentre outras considerações elogiosas ao "acerto" político entre DEM e PMDB para a eleição na cidade de São Paulo.

Os chamados "mestres da política" esqueceram de combinar com o eleitorado o sucesso de sua tática eleitoral. Analisando a realidade do eleitorado paulistano, inclusive, antecedentes de acordos "excelentes" que envolveram o PMDB, podemos concluir que é grande o risco de um fracasso eleitoral do acordo Kassab/Quércia.

Em 2004, o PSB e o PMDB fizeram um acordo semelhante ao acerto que ora fazem o DEM e o PMDB, visando a eleição municipal. Luiza Erundina, do PSB, saiu candidata à prefeita, tendo como candidato a vice-prefeito o presidente nacional do PMDB, Michel Temer.Contava LE com a lembrança da periferia de sua boa administração entre 1989 e 2002, esperando que o PMDB pudesse agregar votos a ela graças ao tempo de televisão do partido. Esperava ainda a ex-prefeita que a presença de MT na sua chapa eliminaria resistências de setores conservadores do eleitorado à sua candidatura, ampliando os seus apoios.Deu tudo errado.

Devido a perda de densidade eleitoral do PMDB na cidade de São Paulo, advinda da polarização entre a direita malufista (e depois, "tucana") e o PT, o tempo de televisão a mais conseguido por LE foi inócuo. Pior, seu discurso sem conteúdo político, devido a esdrúxula aliança com o PMDB de Michel Temer, identificado pelo eleitorado como chefe da ala "tucana" do partido, pois sempre apoiou o governo de Fernando Henrique Cardoso, deixou a periferia desconfiada de que ela tivesse mudado suas posições políticas de defesa dos pobres; e ainda não atraiu a camada média reacionária que rejeita qualquer traço de reforma social. Resultado:um retumbante fracasso nas urnas.

A reação do eleitorado paulistano ao acordo DEM/PMDB (e com a possível participação do PSDB, em um hipotético segundo turno) deve seguir a mesma lógica.O PMDB está ainda pior em São Paulo hoje, do que estava em 2004. Quércia foi "massacrado" pelo jornal "O Estado De São Paulo", e sua pífia votação para o Senado nas eleições de 2006, onde teve apenas 4% dos votos, exemplifica a sua decadência política. O outrora poderoso "Presidente Michel Temer", importantíssimo para a base parlamentar de Fernando Henrique Cardoso no Congresso Nacional, não conseguiu a reeleição para a Câmara Dos Deputados.

Ademais, quando políticos do PSDB subirem no palanque de Gilberto Kassab, lado a lado com Orestes Quércia, o PT vai lembrar o eleitorado de que o PSDB foi criado por peemedebistas insatisfeitos com a "falta de ética" do PMDB quercista. PMDB e PSDB são adversários históricos em São Paulo, e o palanque esdrúxulo vai espantar eleitores de parte a parte.

A candidata Marta Favre, do PT, terá um palanque ideologicamente mais homogêneo que vai corroborar o seu discurso social de atendimento aos mais pobres (incluindo a população de rua, brutalmente perseguida na administração José Serra/Gilberto Kassab), retomada do programa de construção dos Centros Educacionais Unificados (gigantescos centros escolares,culturais e esportivos, sempre construídos na periferia), e dos corredores de ônibus visando desafogar o trânsito que tornou-se um caos na administração PSDB/DEM na cidade de São Paulo. Todas essas prioridades foram desprezadas pela atual administração municipal, reforçando ainda mais o discurso da ex-prefeita petista.

Portanto, o "lance de mestre" de Gilberto Kassab, ao atrair o PMDB quercista (e decadente) para a sua candidatura a Prefeito de São Paulo está mais para "abraço de afogados".


Por marcosomag

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