É tucano, mas parece avestruz

Fonte:Blog do Zé Dirceu

Na Folha de hoje temos um bom exemplo do que é hoje a oposição no Brasil. No artigo "Tática, não desespero" (só para assinantes), o senador Arthur Virgilio, líder do PSDB no Senado, responde ao historiador Marco Antonio Villa que, na mesma Folha, no dia 9 de abril, o acusou de não querer fazer oposição.

A resposta, em tom pessoal e na primeira pessoa, revela a vaidade e a pequenez da oposição e do senador pelo Amazonas. Acabou de sofrer uma tremenda derrota nas eleições para o governo de seu Estado, mas escreve como se falasse em nome do país. Só palavras de ordem, julgamentos sumários, acusações genéricas. Até do apagão ele fala. E de fisiologismo. Logo um tucano, que governou oito anos com FHC, naqueles anos sem fisiologismo e compra de votos. Diz que Lula é despreparado e inepto, que seu governo é corrupção e amparo social, que o país precisa de reformas estruturais, que perdemos o bonde da história e por aí vai.

O artigo, um tanto confuso, contradiz o julgamento sumário quando diz que a oposição ajudou a aprovar as reformas macro e micro do governo Lula, reconhecendo que Lula fez mudanças estruturais. Ou será que ele está falando da volta das privatizações ou da reforma trabalhista e previdenciária que seu candidato esconjurava no segundo turno das eleições, quando caiu a máscara do tucanato e a maioria da sociedade reelegeu Lula.

Os tucanos, pela voz de um de seus líderes - decadente, mas líder no Senado - continuam como avestruz com a cabeça enfiada na terra. Não querem enxergar que o Brasil retoma seu desenvolvimento e sabem, mas não querem reconhecer, que uma nova época já começou.

Infelizmente, é uma oposição suicida. Pior que uma oposição de mentira. Ela é contra o Brasil. Daí sua eterna pauta moralista e udenista e sua total indigência programática.