Jornal Horadopovo Desmascara Veja & cia.
Secundando a campanha das organizações Globo, em prol da manutenção do privilégio desfrutado pelos monopólios sobre o acesso às verbas públicas de patrocínio e publicidade, a “Veja” publicou em sua edição nº 1984 a seguinte pérola: “Neste ano, pelos dados do Ibope Monitor, foram 2,6 milhões de reais investidos pela estatal (Petrobrás) na IstoÉ. Carta Capital lucrou ainda mais, proporcionalmente à sua tiragem. Foram 789.000 reais. Na TV aconteceu algo semelhante. A Bandeirantes, depois de ceder um canal ao filho de Lula, tornou-se a segunda maior arrecadadora de comerciais da Petrobras, na frente do SBT e da Record, faturando mais de 20% do total destinado pela empresa às emissoras de TV”.
É dispensável dizer que a Bandeirantes não cedeu canal algum ao filho de Lula e que nada haveria de especial no fato da emissora ter eventualmente ultrapassado o SBT e a Record no faturamento de comerciais referentes a qualquer empresa estatal. Mas o curioso é que “Veja” tenha omitido da comparação o quanto ela própria e a “Globo” receberam de publicidade, tanto da Petrobrás quanto de outras instituições públicas.
Uma paginazinha indeterminada da “Veja” custa, segundo sua tabela, 174 mil reais.
Quantas páginas ela recebeu da Petrobrás, em 2006? Cinqüenta, cem? E quantas de publicidade oficial, incluindo Banco do Brasil, Caixa, Correios, Ministérios, teve a mais? Duzentas, trezentas? Por que a dificuldade em declarar esses números?
O HP, por exemplo, não tem dificuldade em declinar os seus.
Recebemos de publicidade federal, em 2006, 155 mil reais, e durante todo o governo Lula, incluindo 2006, R$ 810 mil reais. O HP é uma publicação regular, de caráter nacional, com circulação de 50 mil exemplares, que se encontra em seu nº 2.524, sem contar os 10 anos em que existiu como semanário – donde se conclui que mesmo tendo um público efetivo foi praticamente alijado da publicidade federal, nesses quatro anos.
Na realidade, a política da Secom, de reforçar os privilégios de “Veja”, “Globo”, “Folha” et caterva, pagando-lhes um resgate na ilusão de abrandar sua hostilidade e camuflando a rendição sob supostos critérios técnicos, foi um desastre: apenas alimentou a voracidade monopolista e a sanha golpista desses veículos.
A aversão à democracia é parte integrante da natureza de qualquer monopólio que não se encontre submetido ao controle público. Todos os monopólios privados, portanto, padecem desse mal. Não há o que possa mudar essa característica. Por isso, o compromisso com a democracia passa necessariamente pela luta para impor limites aos processos que engendram tais monstrengos e à sua ação deletéria. Esta é a questão primordial que deve presidir qualquer ação que pretenda obter resultados práticos e duradouros, na esfera da ampliação da liberdade de imprensa.
Visite o novo site do HP, aqui: www.horadopovo.com.br e leia o jornal na íntegra.