Sumiu site da ONG que arrecadava dinheiro ilegalmente para campanha de Geraldo Alckmin!

O Tribunal Superior Eleitoral decide esta semana se vai investigar a suspeita de que uma ONG de nome Nova Política arrecadou resursos de forma ilegal para a campanha do presidenciável tucano Geraldo Alckmin. A denúncia foi feita pela coligação A Força do Povo que flagrou no site da ONG um sistema de arrecadação que pode ser configurado como caixa dois. Mas desde que a denúncia tornou-se pública, o conteúdo do site "sumiu" misteriosamente.


A representação pede a cassação da candidatura à Presidência de Geraldo Alckmin (PSDB) por prática de caixa dois. A informação é do site do TSE.


A coligação A Força do Povo afirma que a entidade civil Nova Política faria "explícita e irregular" propaganda para Geraldo Alckmin e que teria sido criada para dar sustentação à candidatura dele, além de suporte logístico e financeiro.


Na última segunda-feira (2), o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro César Asfor Rocha, afirmou que a Corregedoria não tinha competência para julgar o caso, por se tratar de processo que pretende apurar eventuais condutas ilícitas relativas à arrecadação de recursos não contabilizados em prestação de contas (caixa dois).


Ao protocolar os pedidos de investigação judicial, no último sábado (30/9), o advogado Márcio Luiz Silva declarou que há suspeita que o PSDB recebeu ilicitamente recursos da ONG Nova Política. O advogado afirmou que, em seu site na internet, a ONG divulgou uma mensagem para que fossem feitas doações à campanha tucana - prática que, segundo ele, seria utilizada para burlar a legislação eleitoral, ao mascarar os verdadeiros doadores.


Após ser denunciada, a ONG Nova Política tirou o conteúdo de seu site (http://www.novapolitica.org.br/ ) da internet. A reportagem do Vermelho tentou nesta quinta-feira (5) acessar a página diversas vezes e nenhum conteúdo estava disponível.


O sistema de buscas Google costuma fazer cópias das páginas e as oferece para consultas no formato "cache", onde costumam ser mostrados os conteúdos do site mesmo que os responsáveis pela página o tirem do ar. O último armazenamento que o Google fez da página da ONG Nova Política foi no último dia 28 de setembro e já naquela data, o site estava misteriosamente vazio, apresentando apenas 1Kb de conteúdo inacessível.


Márcio Luiz Silva também levantou suspeitas sobre a organização que, segundo ele, seria presididida por um servidor do Senado Federal. "Quando você tem a doação direta ao candidato, tem que identificar o doador. Quando ocorre por terceiros, eventualmente pode receber doação de fonte vedada. O TSE proíbe esse tipo de possibilidade. Por isso pedimos a investigação", explicou.


"SUPERCHUCHU"- A ONG não atuou apenas na arrecadação de dinheiro para a campanha de Alckmin e na montagem de comitês, como o de Porto Alegre, montado em frente ao Parque da Redenção. Segundo nota publicada no jornal Vale Paraibano, da região de São José dos Campos (SP), a ONG Nova Política também pretendia criar um personagem chamado "Superchuchu", que "ganharia sabor" estampado em camisetas e em histórias em quadrinhos, entre outros materiais da campanha tucana. Uma proposta de leiaute do personagem chegou a ser criada pelo ilustrador Bravo.


Segundo o jornal, a idéia era colocar no cardápio eleitoral o marketing às avessas do apelido "picolé de chuchu", dado a Alckmin pelos adversários que o classificam como insosso e sem carisma.


"Em uma reunião na semana passada com a direção da frente, Alckmin aprovou a receita da criação do personagem. Procurado ontem pelo ValeParaibano, o tucano não comentou o assunto", registra o jornal.


Ao que parece, a proposta foi bombardeada a tempo de não se concretizar.


Silvério Teles Baeta Zebral Filho, um dos coordenadores da ONG, alegou na ocasião que "Nossa idéia com o Superchuchu é criar algo divertido, com bom-humor, que mexa com as pessoas durante a campanha".


CONEXÃO PUC-RIO - Zebral Filho é também o presidente de uma entidade denominada Julad/Brasil (Juventude Latino-Americana pela Democracia). É a Julad quem detérm o registro do site da ONG Nova Política. Zebral também seria o dono da conta indicada para doações à campanha tucana.


No site da Julad, que ainda pode ser acessado, a entidade apresenta-se como "uma organização não governamental, de caráter suprapartidário dedicada à formação de nova geração de lideranças políticas brasileiras comprometidas com as instituições da democracia liberal, a economia social de mercado, o primado de Lei e do Estado de Direito, o desenvolvimento econômico promotor da equidade social, a revalorização da atividade política baseada na ética da solidariedade e do humanismo integral".


Zebral, ligado ao PFL do Rio, é oriundo do movimento estudantil da PUC-RIO, universidade onde formou-se o grupo integrado por economistas neoliberais que inspiraram o o governo FHC, como Armínio Fraga, André Lara Resende, Edmar Bacha, Edward Amadeo, Gustavo Franco, Pedro Malan, Pérsio Arida, entre outros.


Na lista de parceiros institucionais que a Julad elenca em seu site aparecem o PSDB, o PFL e a PUC-Rio entre vários outros.

Original de Claúdio Gonzalez, em http://www.vermelho.org.br/

Transcrito por Marcosomag.

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