Abel conseguiu liberação de 3,5 milhões no Ministério da Saúde para sanguessugas

O empresário Darci Vedoin, dono da Planam, afirmou em depoimento ao juiz federal Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Cuiabá, que o empresário Abel Pereira – operador do ex-ministro da Saúde e prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), conseguiu a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no Ministério da Saúde, no fim de 2002, para a máfia das ambulâncias devido à sua ligação com o ex-ministro. Vedoin disse também que o pagamento de propina correspondia a 6,5% da verba liberada.

Essa foi a primeira vez que o empresário confirmou as denúncias feitas por seu filho, Luiz Antônio, na Polícia Federal e em entrevista à revista “IstoÉ”. A mesma informação foi dada também à Justiça federal pelo empresário Ronildo Medeiros no último dia 18. Medeiros é proprietário de duas empresas, a Frontal e a Medical Equipamentos Hospitalares, montadas pelos donos da Planam para participar do esquema de compra das ambulâncias superfaturadas.

Após se ver ainda mais complicado com os depoimentos acima citados, Abel Pereira se rendeu e não fugiu mais da Polícia Federal, depondo na última segunda-feira. Para tentar se esquivar das acusações de ter tentado comprar o dossiê que o envolvia com a máfia dos sanguessugas, Abel disse que os Vedoin lhe ofereceram um dossiê contra o senador Aloizio Mercadante. Em nota, Mercadante afirmou que “é um factóide com o objetivo de desviar a atenção das investigações sobre o esquema sanguessuga, comprovadamente gestado na administração federal do governo anterior”. A declaração também foi rapidamente desmentida até mesmo pelos Vedoins através de seu advogado.

Segundo consta no depoimento na PF, “Luiz Antônio solicitou ao declarante (Abel Pereira) que procurasse a cúpula do PSDB para passar as denúncias”. Caso isso fosse verdade, por que os Vedoins foram procurar Abel? Qual a sua ligação com a cúpula tucana para o credenciar como intermediário?

Abel não explicou o motivo de ter corrido várias vezes atrás dos donos da Planam. Informações apontam que ele se reuniu com os donos da Planam ou seus intermediários em três oportunidades, uma no Shopping Iguatemi, em São Paulo, outra em um hotel de Cuiabá e uma terceira vez com o empresário Ronildo Medeiros em Cuiabá.

De Jornal Horadopovo

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