CGU responde com ironia as declarações de Alckimin

Enviado por MVMeireles

O GloboCristiane Jungblut - 5 de julho de 2006

BRASÍLIA - O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, reagiu de forma irônica e contundente nesta terça-feira às críticas do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, ao trabalho do órgão na fiscalização das emendas de parlamentares. Em nota distribuída por sua assessoria, Hage disse que seria "recomendável que um candidato à Presidência procurasse se informar melhor antes de falar sobre o que não conhece" e acrescentou que esse desconhecimento se devia ao fato de que "nos oito anos em que o seu partido (PSDB) esteve no poder não existia a Controladoria, nem nada parecido com controle".
Hage disse na nota que "as fantásticas idéias do candidato já foram implantadas pelo Governo Lula", ao comentar os mecanismos de controle já adotados. Mas o ministro errou ao afirmar que a CGU não existia no governo anterior. Na verdade, a CGU foi criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no dia 2 de abril de 2001, por medida provisória.
A CGU foi criada para investigar denúncias envolvendo a Sudam e a Sudene, extintas no mesmo período. A primeira ministra da CGU foi Anadyr de Mendonça Rodrigues. O governo Lula mudou o nome da CGU, passando a chamar o ministro da pasta de ministro do Controle e da Transparência.
Na nota, Hage disse que o atual governo investiga irregularidades ocorridas inclusive na administração anterior. "Parece que o candidato envereda por uma trilha no mínimo inusitada: acusar o atual governo por estar desvendando e revelando todas as tramóias que vinham sendo feitas, desde sempre, com o dinheiro público neste país", diz Hage, acrescentando que "tudo o que a CGU está descobrindo agora estava aí há muito tempo".
O ministro ressaltou que as fraudes identificadas nas fiscalizações realizadas a partir de 2003, "obviamente eram relativas a recursos dos anos anteriores, ou seja 2002, 2001. Hage acrescentou que as denúncias mostravam emendas de parlamentares "destinando dinheiro para as ambulâncias da máfia da Planam desde os anos do governo anterior".
Hage é irônico ao comentar as críticas de Alckmin ao controle das emendas parlamentares na área da Saúde, numa referência indireta ao fato de o último ministro da Saúde no governo anterior ter sido José Serra (PSDB). "O candidato aponta falhas no controle nas emendas parlamentares na área do Ministério da Saúde. Nesse ponto, ele fala com conhecimento de causa, embora eu não creia em alguma intenção especial de criticar quem respondia por esse ministério no governo passado, onde tudo começou", diz o ministro.
Hage acusou o governo anterior de descontrole, ao afirmar que "o Ministério da Saúde, como os demais, não tinha controle sobre os recursos de emendas e convênios, no governo anterior, devido ao descaso com o tema "controle", que era geral, e ao desmonte da Administração Federal pelos governos neoliberais, que defendem o chamado o "Estado mínimo" e que criticam o Governo Lula por ter retomado a realização de concursos públicos".
O ministro disse que o atual governo começou a combater os "ralos e máfias, que jamais eram tocados". Segundo a nota, o trabalho da CGU juntamente com a Polícia Federal levou ao descobrimento de esquema como o da máfia dos Sanguessugas e ainda foram adotado mecanismos de controle como o pregão na aquisição de bens e serviços comuns, o que gerou uma economia de 31,5% em relação ao preço-base estimado pelo governo antes de iniciar o procedimento de compra.

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