Solidariedade Socialista
Por: Marcos Loures
A atitude de Edo Morales, da estatização dos meios de produção de petróleo e gás bolivianos, nada mais é do que o reflexo de uma política de salvaguarda da economia do país, já tanto combalida pelos séculos de extrativismo que levaram o povo boliviano à situação de miséria em que vive hoje.Sermos contra a estatização na Bolívia e contra a privatização no Brasil, é de contra-senso absoluto; o papel da Petrobrás, nesse momento deve ter a cautela de, salvaguardando os interesses da estatal brasileira, permitir que a Bolívia tenba a dignidade recuperada, após a exploração interminável de suas riquezas.A reação contrária a essa ação; que pode ser taxada de populista, mas tem a coerência programática vencedora no pleito boliviano e, por isso, deve ser respeitada, leva a uma situação conflitante e, por si, complexa.Tenho a visão de socialismo e latinoamericanidade, portanto sou por fidedignidade de princípios solidário com Edo; mesmo que isso aumente minha conta de gás.Não poderia ser o contrário; já que vivemos num continente que deve ter uma cara mais ou menos definida enquanto bloco, o que poderíamos fazer seria o intercâmbio com o país vizinho e amigo; incomparavelmente mais vítima que algoz.Os regimes militares bolivianos já tentaram antes, criarem uma situação parecida, mas lhes faltava o apoio popular, o que agora sobra.Não creio que o interesse de Edo seja criar dificuldades maiores à Petrobrás, por ser a Petrobrás, mas sim para iniciar junto ao seu povo, o começo do sentimento de dignidade que falta a um povo extorquido e paupérrimo.Minha solidariedade, por princípios socialistas ao povo boliviano.