Hoje, 07 de abril, se comemora o dia do jornalista, se comemora ou se lamenta?Belos tempos onde o jornalismo desse país, através de uma instituição digna como a ABI, representava um foco de resistência contra o totalitarismo, onde tínhamos Samuel Wainer, um Vlado entre outros tantos guerreiros, época onde o PASQUIM, com toda sua força imaginativa era um símbolo da nossa luta pela liberdade.O fato de ser jornalista representava o orgulho de ser um libertário, onde tinhamos verdadeiros baluartes da difícil arte de ser um sonhador, num país onde era proibido sonhar, onde o estado de direito estava enterrado nos porões mais sórdidos da nossa História.Claro que havíamos tido antes, um Carlos Lacerda conservador e tosco, mas mesmo assim com uma posição clara e honesta, coerente dentro de seus princípios, óbvios e francos. Melhor termos um inimigo claro do que termos um vazio, um oco de idéias e de coerência.Após a abertura democrática, a seleção natural entre os bons e maus foi substituída pelos compráveis e dignos, sendo que, com raras exceções, a grande imprensa, ligada a interesses de grupos financeiros, passou a eliminar de seus quadros aqueles que pensavam, aqueles formadores de opinião e, mesmo aqueles que têm opinião própria.Um bando de profissionais de baixo custo e subservientes inundou a imprensa, abandonando os princípios de liberdade de opinião e de ética humana e profissional. O vender a qualquer preço, o satisfazer os financiadores dessa imprensa de qualquer forma, em vergonhosas manobras inescrupulosas, abateu-se sobre a classe, excluindo os dignos da grande mídia.A guinada à direita dos jornais paulistas e das televisões paulistas, comprometidas com os políticos, principalmente os tucanos, donos do poder por 12 anos em Sampa, deixou o conservador sistema Globo para trás. Os grandes jornalistas, foram afastados dessa mídia, restando a eles os meios alternativos de comunicação, como revistas de menos comprometimento com o lucro, blogs, páginas da Internet, como a que pertencemos, com muito orgulho.As opiniões emitidas pelos meios de comunicação conservadores, em sua maioria, não resistem a qualquer argumento lúcido, de tão inconsistentes são.Há erros claros com desvios óbvios de pensamento, não há nexo, e a maioria das reportagens não são investigativas mas sim investigáveis.É triste ver jornalistas, claramente manuseados e servis de uma orquestrada "linha editorial". Se contradizem de acordo com a vontade dos patrões, são prostitutas de idéias e "convicções".O aluguel de consciências, me permite nesse dia solicitar a urgência da elaboração de um código de ética para esses profissionais, que causam direta e indiretamente mais mal à sociedade do que o mau médico, do que o mau advogado.A luta da liberdade real de expressão e valorização do jornalista enquanto credibilidade e honradez, passa por isso tudo.Um Carlos Lacerda é mil vezes melhor que todos os Ricardos, Josias entre tantos, que são igual ao sal, baratos e fáceis de achar.
DIGNIDADE SEMPRE!

Rita de Cássia T. Reis

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