Artigo

Por: Marcos V. Manarinno

Tivemos uma intensa discussão entre os que apoiam ou não a política econômica do governo atual, havendo entre nós quem defendia uma ação mais forte do governo no sentido da ruptura com o sistema financeiro internacional.Graças a Deus, o governo federal não cedeu a essas pressões; senão, vejamos:A moratória seria catastrófica como ocorreu na Argentina que, se hoje cresce mais que o Brasil é porque chegou ao fundo do poço; sua recuperação econômica teria que, obrigatoriamente ser mais rápida que a nossa, pois lá a situação ficou preta.A ruptura por si só, sem pagarmos as dívidas, com o FMI, elevaria o Brasil a uma situação absurda de inadiplência que afugentaria todo o capital externo e o interno, tanto especulativo quanto produtivo, isso seria a bancarrota.Vivemos num mundo totalmente globalizado e isso é inevitável, imagina o que seria para nós uma queda nas exportações e importações; a experiência mais forte que me lembro é a do Cambodja, que foi ao fundo do poço, com genocídio, miséria e até casos de canibalismo; isso seria temerário demais.Devemos, e temos que pagar; a culpa não é nossa diretamente, mas muito menos dos organismos internacionais e multis; se tivemos governos absurdos como o passado, e os da época da ditadura militar, azar o nosso.É duro falar isso, mas a verdade não pode ser ofuscada; quem elegeu essa canalha tucana fomos nós, povo, se fomos ludibriados o problema é outro.Todos somos pessoas dignas e isso é ponto pacífico, e mantemos nossas contas em dia, se herdamos dívidas, iremos pagá-las, o problema é outro.Adiantaria deixar de pagar as contas e fazermos um desgoverno como o passado?O importante é a distribuição de rendas e riquezas, essa é nossa principal mazela, somos da "classe média" da economia mundial, mas o nosso povo viveu sempre como os "proletários" afro-asiáticos.O que me chama a atenção não é o crescimento da economia, mas sim a melhoria de qualidade de vida do pobre, isso é que é a maior conquista.Com o aumento do salário mínimo, o poder de compra aumenta, e isso gera maior riqueza, um milhão rendendo dividendos mata de fome, ele circulando, mata a fome. Se analisarmos dessa forma devemos aplaudir de pé a política econômica.Dólar baixo significa menor preço e isso é óbvio; o produtor para ter o mesmo ganho tem que vender mais e produzir mais, isso gera emprego; parece óbvio que isso está refletindo na melhoria de vida.A bolsa de valores reflete muito mais o capital produtivo do que especulativo, ao contrário do dólar, e ela vem batendo recordes, a balança comercial também e isso com o aumento das importações, estamos comprando mais e vendendo muito mais.Outra medida que aplaudo é a isenção do imposto sobre as aplicações econômicas que vêm de fora; isso estimula a entrada de capital e possibilita a queda da taxa de juros, que tende a ser a menor desde 1979, ou seja, a menor da história democrática recente do país.Meus olhos estão vendo um futuro muito melhor, com a entrada no mercado de trabalho dessa gente que está se aprimorando nas faculdades e no ensino técnico.Outra coisa, é melhor para as faculdades as bolsas e os incentivos fiscais do que os bancos vazios; e isso ocorreu somente agora, pela falta de vontade política dos desgovernos anteriores, interessados em manter o proletariado faminto, para ter uma moeda de troca mais barata à época das eleições.Os bancos também estão batendo recordes de lucratividade, reflexo do aumento da circulação da moeda, é óbvio.Os juros "altíssimos" nunca foram tão baixos para os setores produtivos. principalmente para os vindos do proletariado.Crescer sem dividir o bolo somente gera a fragilidade da economia, como no final do governo passado, onde a fuga de capital pode ser comparada a um período de guerra, gerando a miséria e a recessão.A melhor distribuição de renda, por si só, garante mais a sobrevivência da economia, pois cria estabilidade e, associada à versatilidade dos meios de produção, torna a economia bem menos fragilizada perante as intempéries.
O caminho é esse, a luz é essa, não me resta a menor dúvida.

AddThis Social Bookmark Button

2 comentários

  • MARCOS LOURES  
    25/4/06 7:19 PM

    O GOLPE ABORTADO
    O que poderemos dizer de uma ameaça de impedimento de um presidente da república, sem ter o apoio popular, sem uma causa explícita, baseado em uma ilação sem comprovação alguma?
    No mínimo surrealista, para não dizer absurdo; isso cheira a duas coisas : 1- o famoso golpe do joão sem-braço - a oposição, perdida e sem nenhum controle sobre seus esfíncteres lança essa abobrinha tentando ver se alguma instituição pega a deixa e comete o golpe, nessa hipótese, teríamos dois peixes fisgados: a OAB, que agora titubeia e o Robert Freire, esse por excesso de exibicionismo ou por falta absoluta de caráter, ou a 2- tentativa de criar um clima de guerrilha no país, gerando uma instabilidade tal que se tornaria impossível o governo da situação.
    Nesse teatro absurdo, tresloucado, fico com as duas hipóteses.
    A primeira tentativa foi por ralo abaixo, ninguém comprou a briga, a não ser os já citados; resta a segunda.
    O problema é que a oposição é menor do que ela mesmo se imaginava, fizeram um superdimensionamento deles mesmos, talvez inflamados pelos discursos do senhor Arthur e da senhora Heloisa; ambos bons de grito, mas opacos de idéias.
    A senadora, mais inteligente, caiu fora; restando-lhe somente assassinara o seu próprio partido, já que a sua maior líder vai ficar sem mandato por 4 anos, ou alguém acredita que a mesma tem chance de alguma coisa como candidata a presidenta da república?
    Quanto a senhor Arthur, esse tem mais 4 anos de senado, e vai torrar a paciência até 2010, o mesmo ocorrendo com o senador fujão ACM, el bisbilhoteiro.
    Ocorre que, com a escolha do Alcamim, a oposição PSDB/PFL vive, atualmente uma crise de identidade, estando difícil para o PFL encontrar o seu boi de piranha, já que os coronéis do partido não conseguem ficar sem mandato; e isso ocorrerá com o vice do Alcamin, ademais uma derrota muito grande, como; por exemplo, a não ida ao segundo turno, ou uma coça retumbante no primeiro, deixará uma péssima impressão; não se espantem se o PFL ou lançar um candidato mais fraco ou, até, cair fora na hora H.
    Com a possibilidade da lista de Furnas ser verdadeira, já que a polícia federal aponta indícios de comprovação de pagamentos de propina e o senhor Nilton Monteiro prometeu para maio a sua defesa, e esta inclui a apresentação do original da lista; além das denúncias que pululam contra ACM, Alcamin e outros; teremos um quadro muito interessante daqui para adiante.
    O que eles tinham de munição parece que se acabou, inclusive com o aspecto da suspeição sobre a verdadeira função de Francenildo na casa de Brasília, restando somente um espetáculo circense, sem nenhum efeito prático com relação ao Paulo Okamoto e ao Fábio Lula; isso não surtirá nenhum efeito prático.
    Fazer uma análise sobre essa história de impedimento nos leva, obviamente ao vazio, ao sem sentido, ao nada.
    Poderemos dizer que, realmente, há um desespero total nas oposições, chego a dizer que há uma desesperança completa e justificável.
    Em todas as tentativas de desestabilização, eles se esqueceram que quem ganha eleição é voto e não manchete em jornalecos ou revistinhas desmoralizadas; aliás no observatório da imprensa, até o Dines se rendeu ao fato da argh... Veja, ter se tornado um órgão da imprensa marron.
    O voto nesse país, quando deixou de ser escrito e passou a ser realmente secreto, vide a impossibilidade de se "marcar", como se fazia antigamente em relação à cédula eleitoral, passou a ser mais confiável e demonstrar mais a vontade popular.
    Outra coisa que merece atenção é o fato de Lula ter conseguido uma penetração nas pequenas cidades, coisa que o PT não conseguiu ainda, as lideranças dessas cidades são, na sua maioria, extremamente conservadoras e, com relação à presidência da república, principalmente depois dos fiascos de Collor e de FHC, omissas.
    Com relação à eleição para o governo dos estados, temos lideranças regionais fortes, mas diminutas em caráter nacional e, espertamente, não associam totalmente o voto à eleição para presidente, coisa que só o PT faz, por ainda continuar sendo , virtualmente o único partido nacional, já que os outros são aglomerados de lideranças regionais, muitas vezes conflitantes.
    Ora, o que dizer da identidade de Aécio Neves com o tucanato paulista?
    O PSDB paga o pato por ser um partido, basicamente provinciano, e isso vai lhe custar muito, pois a única liderança que teve a nível nacional fracassou totalmente, assim como a sua criatura - José Serra.
    O PFL, tirando Cesar Maia, já que o Lembo e o Kassab vieram na aba, é um partido do coronelato nordestino, e isso tende a acabar com a alfabetização e o amadurecimento político dos cidadãos, principalmente os de baixa renda.
    Já o PMDB mistura vários tipos de tendência e regionalismos, sendo ainda o maior partido do Brasil, porém muito confuso, a ponto de ter permitido o crescimento de um Anthony, aproveitador das brechas e disputas dentro do próprio PMDB.
    Finalizando, o que temos hoje é um panorama muito mais tranquilo do que querem vender-nos,
    Ao contrário do que imaginam as oposições golpistas, houve uma grande diluição dos contra - Lula, principalmente pelo crescente número dos anti-PSDB e anti-PFL.

  • MARCOS LOURES  
    26/4/06 8:23 PM

    Temos que observar a evolução da crise de identidade da nossa jovem democracia, adolescente ainda, nos 17 anos passados desde a eleição de Fernando Collor de Mello.
    Collor, eleito num artifício de mídia promovido pela Globo e pelos grupos econômicos oligárquicos da época, vide Mario Amato e FIESP, com a chantagem da evasão de divisas, fato que ocorreria depois, patrocinado por FHC e sua equipe econômica, numa campanha janista, inclusive com delírios de imagem e de linguajar fi-loporquequianos, foi eleito sem base parlamentar e muito menos partidária, tendo o PRN, vindo do PJ um sonoro quem? na história política brasileira.
    A eleição de Collor foi uma das mais caras e generosamente patrocinadas, tanto que a sobra de campanha de dinheiro não contabilizado chegou a cifras bilionárias; esse dinheiro todo advindo de capital nacional e internacional, já que naquela altura do campeonato, o partido republicano norte-americano detinha o poder sobre a economia mundial, sem ameaças da Europa e da China e dos paises emergentes, e determinava uma cruzada anti-comunista, sem par na história da humanidade. O medo do socialismo era tão grande quanto em 1960, gerando, pelas mãos udenistas da Globo, um fantasmagórico presidente bipolar, psiquiatricamente falando.
    A corrupção àquela época se demonstrou basicamente do EXECUTIVO, ninguém abordou a compra dos votos de deputados ou senadores, ou sequer o favorecimento desses para compor uma maioria, artificialmente gerada.
    As bases de Collor eram da classe média e das vitimas do plano cruzado que, em última análise, gerou a hiperinflação.
    Pois bem, a criação desse monstro neojanista, fez com que as denúncias de corrupção, a partir da comprovação das mesmas, desmontando um esquema, não de compra de votos, mas sim de favorecimento direto do executivo, levasse a população às ruas contra o agente corruptor, passivo e ativo, o PODER EXECUTIVO.
    Depois, já no governo Itamar, o congresso nacional já daria os primeiros sinais de crise, com o escândalo dos anões do orçamento, devidamente esclarecido e sensivelmente percebido como os dedos do gigante da corrupção no legislativo.
    Após a eleição de FHC, alavancada positivamente; ao contrário do que ocorrera com Collor, onde seu braço direito fora a derrocada do plano econômico, pelo real, o que possibilitou a eleição de uma folgada maioria no legislativo; iniciou-se uma crise oculta, calada pelo próprio legislativo com o apoio do judiciário.
    Essa crise, moralmente a pior de todas, pois envolvia o executivo, nas privatizações, nas compras de consciências para a reeleição, na omissão e na ação de ocultamento dos fatos, através do engavetador geral da república, levou a danos irreparáveis para a economia brasileira; fato percebido pelo povo que, elege Lula, um candidato socialista.
    A crise do Governo FHC foi, portanto, do legislativo e do executivo, com braços importantes no judiciário.
    A crise de hoje, realmente existe e é EXCLUSIVAMENTE DO LEGISLATIVO, onde se iniciou, evoluiu e permanece. Todos os aspectos apresentados levam a uma tentativa da oposição, sabidamente conivente e coadjuvante da roubalheira do governo passado, tenta transferir para o executivo atual um fato de grande relevância, o governo FHC foi o mais corrupto da história desse país, globalmente corrupto e corruptor, atingindo todas as esferas e em todos os graus possíveis e imaginários.
    Todos os noticiários, desde o início da crise, demonstram a total independência do ministério público e da polícia federal na apuração dos fatos.
    O afastamento preventivo dos dirigentes do PT, acusados, sem comprovação até a presente data, demonstra a lisura do executivo com relação a essa crise.
    A tentativa de destruição da imagem presidencial por esse congresso ALTAMENTE COMPROMETIDO por VÁRIOS ATOS DE CORRUPÇÃO COMPROVADOS, vai desde a tentativa de atingí-lo DIRETAMENTE como através de SEUS PARENTES e seu PARTIDO.
    Mais de um ano depois do início das investigações o que temos?
    1- HIPÓTESE A - Mensalão existiu - Afirmativa sem pé nem cabeça mas, digamos que o PT tenha tido um surto esquizofrênico e tenha corrompido o próprio PT e os partidos aliados - a ação se passa entre o legislativo e as cúpulas partidárias - ISSO NÃO ENVOLVE O PRESIDENTE NEM DIRETA NEM INDIRETAMENTE - EXECUTIVO ILESO
    2 - HIPÓTESE B - CAIXA 2 - a mais plaausível e, sinceramente, a única com lógica comprovável - Além de; infelizmente, ser um ato usual na política brasileira, o caixa 2 é assunto PARTIDÁRIO e não diretamente ligado ao executivo. QUALQUER QUE SEJA O NÍVEL, quem arrecada dinheiro para a campanha não é nem o vereador, o que dizer então, de um candidato à presidência da república.
    A tentativa de envolver o presidente da república em assuntos familiares, ou mesmo no caso do cidadão Luiz Ignácio da Silva, ter tido ou não contas pagas por amigos, isso não é, por si só ato de corrupção.
    Se fizermos essa analogia, todos nós que tivemos um cafezinho pago por um amigo, podemos estar sendo acusados de corrupção; isso não tem pé nem cabeça.
    Portanto, essa crise É DO LEGISLATIVO, QUE TENTA INCLUSIVE, QUANDO QUER PROIBIR OU DIFICULTAR O HABEAS CORPUS, INTERFERIR ATÉ NOS DIREITOS BÁSICOS DA CIDADANIA.
    A evolução da democracia brasileira passando pelas crises nos leva a imaginar que esta está amadurecendo.
    O congresso deve ser reformulado, e é importante limitarmos a IMUNIDADE PARLAMENTAR, hoje mais para IMPUNIDADE PARLAMENTAR do que para uma salvaguarda da democracia.

Postar um comentário