Revelações Sobre Farsa da Mídia Tucana em 2006
A farsa do 1º turno: como o delegado instruiu repórteres
Por Luiz Carlos Azenha
Os petistas negociavam a compra de um dossiê que poderia incriminar o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra, com gente ligada à máfia das ambulâncias, que atuou no Ministério da Saúde enquanto Serra era ministro, depois que ele entregou o cargo a Barjas Negri e durante parte do primeiro mandato do presidente Lula.
Funcionários ligados a Serra, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, do governo Lula, foram denunciados e respondem a processo por envolvimento com as irregularidades. O ex-ministro foi denunciado na semana que precedeu o primeiro turno das eleições, não foi para o segundo turno e no início de 2007 assumiu o cargo de secretário de Cidades do governo de Pernambuco.
Os repórteres não viram imediatamente a foto acima. Ela estava em um CD. Os documentos mostrados pelo delegado comprovavam depósitos feitos em nome dele, no dia da apreensão, no posto de atendimento bancário da Caixa Econômica Federal que fica no prédio da Polícia Federal em São Paulo. Os depósitos foram feitos em lotes de R$ 300 mil. O dinheiro ficou sob a guarda da empresa de segurança de valores Protege, em São Paulo.
Antes que a acima fosse feita, o delegado pediu a funcionários que juntassem os lotes de R$ 300 mil em apenas um malote. Não se sabe se o objetivo dele foi ou não "fazer volume". No total, no malote, há R$ 1,168 milhão. Como parte do dinheiro é em notas de RS 10, especulou-se na época que a origem teria sido o jogo do bicho — sem comprovação. O inquérito nunca esclareceu de onde veio o dinheiro.
As fotos foram feitas durante perícia realizada na quinta-feira que precedeu o primeiro turno das eleições. O delegado disse que os peritos fizeram as fotos e ele também, por conta própria. Embora não fosse o delegado do caso, Edmilson Bruno estava presente. Não ficou esclarecido quem autorizou a presença do delegado na perícia, nem se ele foi ou não autorizado a tirar suas próprias fotos usando uma câmera digital particular. A versão do delegado dada aos repórteres pode ser ou não verdadeira.
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