Mercadante: Rumo à Virada!
Escrito por Guina
em 14 de set. de 2006
Ibope/SP: Serra tem 47%; Mercadante vai a 23%
O instituto Ibope divulgou nova pesquisa para a disputa do governo de São Paulo, na segunda edição do telejornal SPTV desta quinta-feira, que mostra um salto do candidato petista Aloizio Mercadante.
Fonte:Portal Terra
Nova pesquisa Ibope para Governador de SP, mostra uma subida de Mercadante. Agora que o Serra foi desmascarado no envolvimento com os Sanguessugas, há chance de ter 2º turno.
Desperta S. Paulo! Chega de PSDB! Diga não ao Serra Sanguessuga e vamos eleger Mercadante.
Guina
14/9/06 10:31 PM
Esperança Virando Realidade Canto I
No sertão do Brasil, a fome impera,
Devora mais solene, nada resta...
O sol que se transforma na quimera
Que traga, maltratando toda festa,
A miséria cruel, qual fosse fera
Não deixa nem sequer abrir a fresta
Da esperança sutil. Porta fechada,
A vida transcorrendo desgraçada!
Amor pernambucano, sertanejo,
As dores são sentidas sem ter pena,
A chuva salvadora traz desejo.
Mas tanta chuva assim, tudo envenena,
Nos céus a tempestade, relampejo...
Enchentes vão roubando toda a cena!
Nasceste neste chão bem brasileiro,
Misturas infernais, dor e braseiro...
Cruel fome imperando sobre a terra,
Nada mais restaria por fazer...
Descer, subir, procuras outra serra;
Onde enfim poderias lá viver...
A noite tenebrosa, grita, berra...
A luta é por poder sobreviver...
Sertanejo, homem forte de verdade,
Procura novo canto: liberdade!
Irmãos são tantos, todos sonhadores.
A terra amada fica para trás,
Poder saber jardins, colméias flores,
A rapadura doce satisfaz...
A terra seca, guarda seus rancores,
Noite escura promete ser capaz
De trazer esperanças de melhora.
A vida necessita aqui, agora!
O cachorro latindo, a casa fica,
Os olhos marejados, sofrimento.
Estrada mais comprida, longa, estica...
A dor cruel, terrível, do momento...
A mãe tão pobre, sempre muito rica
Do que importa na vida. Toma assento
No pau d’arara pobre nordestino,
Abandonando tudo, vai menino!
A morte que rondava cada casa,
Nos filhos desses pobres lutadores,
Injustiça cruel, vem, tudo arrasa,
Não deixando senão os seus horrores...
O chão queimando, mata, velha brasa,
A vida recordando seus valores:
Amizade, carinho ao companheiro,
A sina desse grande brasileiro!
Foi, pelas mãos d’Eurídice saber,
Conhecer a verdade dessa vida,
Que mais importa a luta que vencer,
A dor cruel, que corta, despedida...
O mundo inteiro iria poder ver,
Das terras do sertão vir, ressurgida,
As lendas dos caboclos corajosos,
Os mal vestidos, pobres, andrajosos...
Dos oito que nasceram, oito filhos,
Sétimo. Tinha sete anos, quando,
Das terras sequiosas, andarilhos,
Partiram para o Sul, lá procurando
Caminhos para a vida, novos trilhos.
A sorte, sobrevida, já raiando...
Deixando as marcas: fome, sede, pranto.
Nas tardes, nas auroras, novo canto!
Treze dias, viagem complicada,
Cruel fome espreitando cada curva,
Sete anos, menino pensa em nada,
Cada noite, visão ficando turva.
A vida se parece com estrada,
Quem dera meu Senhor, viesse chuva!
Nunca precisaria se mudar,
Do sertão brasileiro, seu luar!
A miséria campeia, traga tudo,
A fome que vagueia, tudo mata,
No peito do moleque dói. Contudo
Uma nova esperança qu’arrebata,
Esse menino forte, parrudo.
A vida não seria mais ingrata.
Poder ajudar mãe, vencer os medos,
Conhecer dessa vida, seus segredos...
Ao chegar em São Paulo, o nordestino,
Encontra, nas promessas renegadas,
Outra luta cruel pelo destino,
A vida não deixara nem pegadas,
Arregaçando as mangas, o menino,
Procura, nas esquinas, nas calçadas,
A forma de melhor sobreviver.
Trabalhando, laranjas prá vender!
Para muitos, parece muito fácil,
Para quem nunca a vida foi cruel.
Um menino pequeno, forte, grácil,
A distância d’inferno até o céu,
Logo deu-se a saber. Luiz Inácio,
Garoto inteligente, perspicaz,
Soube, bem cedo a luta que se faz,
Para poder viver nesse Brasil,
Cantado em versos prosas, desumano...
Num hino que sugere varonil;
Enluta, ao transformar-se num engano.
Seu brilho entre milhares, outras mil,
Se perde na miséria. Noutro plano,
As riquezas levadas dos mais pobres,
Fizeram os palácios... Ouros, cobres...
País de tantas lutas, liberdade,
Buscaram teus antigos sonhadores,
Nos campos, pelas ruas e cidade,
Torturas que geraram sofredores...
A lua que enebria de saudade,
Vermelha, testemunha nossas dores...
Nordeste, valentia nos sertões,
Canudos, virgulinos Lampiões!
Brasil, da escravidão todas as raças,
No cárcere da fome e da miséria.
Os olhos marejados, todo embaças,
Latejas vais pulsando cada artéria.
Nas crianças famintas, nossas praças,
Decompostas são frágeis, na matéria,
Mas as almas sedentas de justiça,
Sobrepõem-se por sobre essa carniça!
Um novo nordestino, velha sina.
As bocas procurando uma saída,
A morte, se renova, severina.
Quem dera converter em nova vida,
Quem olha, nem sequer pensa, imagina.
O futuro fará da dor contida,
Esperança feliz de novos tempos,
Sobrepujando, assim, os contratempos!
História, nas memórias mais antigas,
As guerras, foram marcos, velhas lutas...
Sorrisos de crianças, nas cantigas,
As dores escondidas nessas grutas
Da alma, que tenta brilho. Nas intrigas
Dos poderosos, nada mais escutas;
A não ser essa sede de poder.
Tantas vezes restou sobreviver!
“N’ auriverde pendão de minha terra,”
Tanto sangue inocente avermelhou!
Gado, povo marcado, o rico ferra
Cravando as suas marcas. Já roubou,
Matou, trucidou. Nossa terra encerra
Somente a esperança que restou.
Novos mundos, antigas tempestades.
Brasil, vivem em ti, desigualdades...
Era preciso, estava escrito assim;
Que, nascido do povo, um operário,
Trouxesse a esperança para, enfim,
Moldássemos da dor, um relicário.
Tivéssemos dureza do marfim,
Na beleza gentil de ser contrário
Ao rumo percorrido no passado;
Por um povo sofrido, abandonado!