Alckmin eleva o tom e critica Lula
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin (PSDB), elevou o tom dos ataques e disse hoje que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "um desastre" na questão da ética. "Não é um fato isolado, a corrupção perpassou as instituições. O mensalão atenta à democracia porque é um poder comprando outro poder e com dinheiro público", disse.A mudança na incisão do tucano ocorre logo depois da divulgação da última pesquisa Datafolha, que mostrou que Lula mantém folgada liderança entre o eleitorado, com 49% das intenções de voto e com chance de vencer no primeiro turno, já que tem 56% dos votos válidos.As críticas de Alckmin a Lula foram feitas depois de integrantes do PFL --partido que integra com o PSDB a coligação da candidatura do tucano-- pedirem para ele "bater" mais no presidente e abandonar o estilo "zen".
Essa notícia tem que ser avaliada como um ato desesperado de um candidato fadado à mais acachopante derrota da história recente da democracia brasileira.Uma das esperanças do tucanato era de que, sendo conhecido, Geraldo née Alckmin, passaria a ter maior aceitação de um eleitorado extremamente satisfeito com o mandato de um presidente popular e de carisma inquestionável.Pois bem, assim que o dito cujo passou a ser mais conhecido, e ter "mostrado a cara" na Televisão, o efeito foi avassalador.Geraldo, née Alckmin, não tem, definitivamente, a menor chance de se eleger, tendo um aspecto, me perdoem os paulistas, de um burocrata elitista e sem o menor cacoete para político.Uma das coisas que me impressionam, é a falta de visão de algumas camadas da política e do jornalismo brasileiro, principalmente paulista.A política brasileira, tradicionalmente, é feita a partir de homens e não de idéias. Isso é ponto pacífico.Geraldo, née Alckmin, achou ou pelo menos a sua assessoria assim o pensou que, com a simples mudança do nome poderia ser mais aceito pela população. O seu ar de chefe de departamento com aquela cara de gerente de supermercado de cidade grande, ou do gerente do banco que força um sorriso tentando agradar, já desagradando...Não sei como São Paulo consegue manter um tipo de político como esse durante doze longos anos, no Governo.Esse tipo de político só se cria em Sampa; aqui, nas Minas Gerais ou no Espírito Santo, não se elege nem para prefeito de cidade pequena!O próprio José Serra, com aquela "simpatia" de oficial de justiça levando mandado de busca e apreensão, é outro que não agrada, exceto na Paulicéia Desvairada. Passo a entender como, durante muitos anos, Paulo Maluf era idolatrado nas terras paulistanas; sinceramente, é pilantra mas não tão intragável quanto os que citei acima.A bem da verdade, a carência de bons políticos em São Paulo é crônica...Quem tem carisma e não sabe aproveitar é Heloisa Helena que, se abaixar o tom de voz e diminuir a agressividade, tem reais chances de ser, num futuro próximo, a primeira Presidenta brasileira. Mas tem que tomar algumas aulas de respeito às diferenças e coexistência, Lula seria um excelente professor...Gegê, vulgo Geraldo, née Alckmin, agora, deve partir para a tentativa de agredir Lula a todo custo. Isso demonstrará, aos olhos do povo, desespero de causa e poderá, com certeza, diminuir ainda mais a sua votação, sendo que, para os tucanos anti-Geraldo, digo: Aécio, Serra, Lucio Alcântara, entre outros, isso será extremamente comemorado.
Para quem conheceu Tancredo, Leonel , o próprio Mario Covas, ver um Geraldo Alckmin candidato à presidente é deprimente. O jogo entre São Paulo e Íbis terá o resultado esperado...
Por Marcos Loures