PSDB desnacionalizou um dos mais eficazes sistemas elétricos do país

Fonte: Horadopovo

Eletropaulo, Elektro, Cesp Paranapanema e Cesp Tietê foram doadas aos norte-americanos, Transmissão Paulista aos ‘colombianos’ e Bandeirante aos portugueses

O processo de desmonte do Estado promovido pelos tucanos atingiu em cheio o setor elétrico. Além da desnacionalização, a privatização conduziu diretamente ao apagão, entre junho de 2001 e fevereiro de 2002, deixando a nu a total falta de compromisso dos privatistas com a expansão do setor.
Para viabilizar as privatizações, foi feita a chamada desverticalização das empresas de energia. Em São Paulo, foi feita a divisão da Cesp, Eletropaulo e CPFL em onze empresas de geração, distribuição e transmissão: Elektro, Cesp Tietê, Cesp Paranapanema, Cesp Paraná, CTEEP, Eletropaulo Metropolitana, Bandeirante, EPTE, incorporada posteriormente pela CTEEP, EMAE, CPFL Paulista e CPFL Piratininga. Apenas Cesp Paraná e EMAE continuam em poder do Estado, enquanto as outras, exceto a CPFL, passaram para as mãos do capital estrangeiro. Eletropaulo, Elektro, Cesp Paranapanema e Cesp Tietê foram doadas aos norte-americanos, Bandeirante aos portugueses e CTEEP aos “colombianos”.

CESP

Assim, desmontou-se um sistema que começou a ser estruturado no Estado ainda na década de 50, que muito contribuiu para o esforço nacional de industrialização do País conduzido pelo presidente Getúlio Vargas. A qualidade e a eficiência atingidas pela Cesp em geração, transmissão distribuição de energia estavam entre as melhores do Brasil. Em 1996 tinha uma potência instalada de 10.233MW, atrás apenas da Eletrobrás, que engloba Furnas e Chesf.
Todo o patrimônio acumulado em décadas foi desfeito através de leilões eivados de irregularidades, principalmente na fixação dos preços mínimos, pelo notório critério do fluxo de caixa descontado, que em alguns casos mal passavam a quantidade de recursos em caixa. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a CTEEP, com um preço mínimo fixado em R$ 755,6 milhões, quando o seu valor real é de R$ 16 bilhões, segundo a Aneel. Foi privatizada por apenas R$ 1,193 bilhão, com R$ 600 milhões em caixa que não foram contabilizados quando foi estabelecido o preço mínimo.
Além da subavaliação, no processo de desestatização paulista foi utlizada a conhecida “moeda podre”, precisamente o Certificado Paulista de Ativos (CPA), oriundo de dívidas do governo do Estado com empreiteiras e fornecedores.
Com a privatização, o sistema elétrico ficou estagnado e piorou a qualidade dos serviços com a terceirização e as demissões. No caso da CPFL, por exemplo, antes do leilão ocorrido em novembro de 1997 havia 200 postos de atendimentos, caindo para 30 até o ano 2000.
A privatização do setor energético paulista, sob a batuta de Geraldo Alckmin, foi feito de acordo com a desestruturação promovida pelo governo FH, iniciada com o leilão da Escelsa em julho de 1995. Com a desnacionalização promovida pelos tucanos, além dos aumentos tarifários, procedeu-se inclusive a indenização das distribuidoras por um serviço não realizado durante o racionamento. Tudo por conta do consumidor, é claro, pois quando se tratou de garantir os superlucros dos monopólio privados estrangeiros as “leis de mercado” foram para o espaço. Inclusive foi colocado nos contratos o tal do “equilíbrio econômico-financeiro” das concessionárias, que assegura lucro líquido e certo. Ou seja, os lucros foram privatizados, regiamente remetidos para as matrizes no exterior, já o ônus ficou por conta do povo.

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