Tucanos Perdidos...

Por: Marcos Loures

Da Folha de S.Paulo, hoje:

"Temendo um arrastão em seu território, o PSDB desenhou uma mudança na estratégia do pré-candidato Geraldo Alckmin à Presidência da República. Em vez da investida no Nordeste, Alckmin deverá se dedicar mais ao Sul e ao Sudeste -região onde conta com situação mais confortável- para impedir a ocupação petista.O medo dos tucanos é que, no afã de ganhar visibilidade nacional, Alckmin deixe São Paulo desguarnecido, permitindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhe fôlego suficiente para levar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ao segundo turno.Além disso, os tucanos se preocupam com a performance do candidato no Rio e Minas Gerais. No Rio, onde, pelos números de hoje, os candidatos do PFL e PSDB não chegariam ao segundo turno, Alckmin ainda busca o palanque mais sólido para a disputa.Em Minas, a intenção é explorar mais o capital eleitoral do governador tucano Aécio Neves (MG). Assim como o governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), Aécio será convidado a integrar o conselho político da campanha de Alckmin."

A análise desta notícia deve ser feita da seguinte forma:A possibilidade de reverter o quadro desolador da candidatura de Geraldo no Norte e Nordeste se mostrou totalmente nula.E, antes que a sua ausência possa dar maior força às candidaturas contrárias ao PSDB, principalmente em São Paulo, é melhor parar de comer buchada de bode, acarajé, sarapatel; parar de fazer "promessa" para Padim Ciço, passear pelas ruas e praias nordestinas, mostrando seu "bronze" de garotão sarado e retornar à casa paulista para tentar impedir o barco tucano de fazer água.Falando nisso, vou roubar um pouco da sua atenção para descrever essa canoa.A canoa foi feita, sob a encomenda da alta cúpula do gran tucanato paulistano, por um estaleiro paulistano escolhendo para capitão, o piracicabano Geraldo, que se apresentou, voluntariamente para ser o capitão da embarcação.Pois bem, como sabemos que a capital paulista não é um dos locais mais indicados para a indústria naval começando pelo simples fato de não possuir mar; foi chamada a alta cúpula do PFL nordestino associada com o PFL carioca, de César Maia para, costurando uma aliança tentar salvar o barco.Esse pessoal do PFL tem muito mais conhecimento de fabricação de barcos, porém, como a experiência básica é na construção de jangadas, ouve uma grande discrepância, entre o tamanho da canoa desejada e a fabricação da jangada pefelista.Começou, então, uma grande discussão entre os vários engenheiros, construtores, operários, comandantes e até marinheiros.Tucano é bicho terrestre e, sem perceber, entre trocas de bicadas e pescoções, começou a fazer várias perfurações na própria canoa.Essa, inevitavelmente atingida e de forma brutal, começou a fazer água.E por todos os lados.Pois bem, o capitão Geraldo, mais perdido que cego em tiroteio foi chamado às pressas para tapar o buraco de bombordo.Quando, de repente, começa a vazar em estibordo, na proa, na popa, em todos os lugares da canoa, havia furos e mais furos.Nessa altura do campeonato, os construtores do barco reclamam em alto e bom som:- Em que maldita canoa furada fomos entrar!O capitão Alckmin, vive repetindo que as coisas vão mudar, vão mudar...Mas se a canoa não furar eu chego lá será mudado, em pouco tempo por: ABANDONAR BARCO! E, nessa situação, os ratinhos vão deixar o capitão a ver navios; ou melhor, a ver o Lula Gigante, passando, célere, rumo à reeleição!

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2 comentários

  • MARCOS LOURES  
    30/5/06 8:42 PM

    Lembo chama ACM de 'senhor de engenho'
    Lideranças do PSDB e do PFL ruminam em segredo a suspeita de que o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, perdeu o controle sobre a própria língua. Em sabatina promovida pela Folha, nesta terça-feira, a língua de Lembo voltou a dar demonstrações de rara independência. Ela atacou pefelistas e tucanos e, em dado instante, insurgiu-se contra integrantes da platéia, reunida no Teatro Folha, no Shopping Higienópolis.

    Lembo, 71 anos, esforçou-se para demonstrar que, em verdade, a língua segue o seu comando: “Os políticos costumam ser muito pouco claros no seu pensamento. Como eu estou velho, eu falo tudo que penso. Eu estou absolutamente lúcido e acho que a única coisa que posso fazer, politicamente, é ser lúcido e claro". A língua, porém, prevaleceu sobre o político durante toda a sabatina.


    Referindo-se uma vez mais à falta de solidariedade do tucanato no auge da crise de segurança que teve de arrostar, a língua de Lembo voltou a ironizar o distanciamento estratégico de Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso e José Serra: “Eu diria que, como toda ave, às vezes o tucano voa fora de hora". A despeito das críticas, a língua disse que votará em Alckmin para presidente e em Serra para governador de São Paulo.

    Abespinhada com o fato de Antônio Carlos Magalhães, morubixaba da pefelândia baiana, ter dito que Lembo tem “cara de burro”, a língua tomou as dores de seu dono. Disse que ACM é um dos legítimos representantes do extrato que qualificou de “minoria branca”. Comparou-o a um “um senhor de engenho”. "O nosso senador é um homem de agressividade contínua. Felizmente, não tenho nada com ele".

    Inquirida acerca da imagem de “esquerda” que seu linguajar vem imprimindo na testa de Lembo, a língua do governador disse ter enorme simpatia pela senadora Heloisa Helena, presidenciável do PSOL. Mas insinuou que o hábito da senadora de vestir-se ao estilo bicho-grilo a impede de aderir à causa: "Até por indumentária, seria injusto se eu fosse para o PSOL", disse a língua.

    A língua de Lembo exaltou-se com integrantes da platéia quando questionada sobre a suspeita de que a polícia paulista tenha executado supostos integrantes do PCC. "Não houve execuções. A polícia é equilibrada e racional", disse ela, arrancando risos da audiência. Dirigindo-se a um expectador, a língua desferiu, ferina: "E você, que está rindo, não tem coragem de ser polícia. No dia do pânico você estava dentro de sua casa".





    Realmente, estamos vendo o nascimento de um belo político.
    Cláudio Lembo, no ocaso de sua vida, aparece com a dignidade e honra de um jovem guerreiro, para surpresa de todos.
    Esse homem que, durante toda a vida política parecia totalmente apagado, sendo comparável a um vagão arrastado pelas locomotivas de seu partido político ligado, muitas vezes, ao que mais podre há nesse país, as oligarquias nordestinas e ao coronelismo sanguinário e cruel.
    Aparece-nos como um homem digno, com um discurso à altura de grandes libertários como Teotônio Vilela, entre outros.
    Surpreendente a cada intervenção que faz, o Governador Cláudio se demonstra muito melhor em todos os níveis do que seu antecessor; covarde e sem ação, um joguete nas mãos dessas oligarquias que Lembo denuncia e ataca.
    A maturidade de um homem pode dar-lhe a liberdade que traz a dignidade. É muito bom amadurecer e envelhecer.
    A coragem que faltara ao jovem e ao adulto, se demonstra no velho, no idoso.
    O fato de termos essas características aflorando nesse homem de 71 anos, nos dá esperanças com relação ao ser humano; nunca é tarde para se restituir ou adquirir a sensatez e a dignificante liberdade ou a libertária dignidade.
    Nós outros, que lutamos por um mundo com maior cidadania e igualdade , com respeito pelas diferenças e amor ao próximo, te recebemos com os braços abertos.
    Com os mesmos braços que receberam, noutra época, o Senador Teotônio, a luta pela verdadeira democracia nesse país, cada vez mais se sente orgulhosa de te ter como aliado.
    Não permita mais que esses senhores de engenho e esses crápulas dessa bem detectada minoria branca que agora se sentindo ofendida; pois a carapuça que lhes cabe é pesada e vergonhosa, te desviem do caminho, companheiro.
    Seu discurso não é de direita e nem de esquerda, é o pela justiça e pela dignificação do ser humano.
    Governador Cláudio Lembo, a velhice te deu a lucidez e a franqueza, não as perca.
    Mantenha-as com todo o afinco que puder, não cedas às pressões desses crápulas que sempre te usaram, perdoe minha franqueza.

  • MARCOS LOURES  
    30/5/06 11:08 PM

    Seu moço me dê licença
    Preu contar pras excelença
    Um pouco dessa vivença
    Que com muita experiença
    Acumulei nessa vida
    Vida ao sol bem mais curtida
    Dessas hora bem vivida
    Das ida e das despedida.
    Aprendi com o roçado
    Que mesmo sem ter pecado
    A mão de Deus num perdoa
    Quem num sabe curtivá
    As hora toda que passo
    Nessa terra a acariciar
    Me serve como o compasso,
    Me dando a lição mais boa
    Das que pude perceber
    Que num basta sabê lê
    É percizo aprender a amar
    O suó das minhas mão
    O calo vem por herança
    O valor de um coração
    Só o amor como lembrança
    A firmeza da esperança
    E um poquim de gratidão
    Satisfais bem mais ao home.
    Das coisa que a terra come
    Das vida que ela consome
    Nois vamo ser seu adubo
    Os pobres, os rico, tudo
    Num vamo passar sem isso
    Mesmo com os compromisso
    Quitados ou por quitar
    A vida tem seus pedágio
    Que nois tudo vão pagar
    Mesmo os cabra dos mais ágil
    Disso num póde escapar.
    Apois bem seje modesto
    Que no final nem o resto
    Das empáfia mais medonha
    Nem das maldade que sonha,
    O mais rico coroné.
    Nada disso dá certeza
    Da colheita da tristeza
    Prantada , pur safadeza
    Nesse mundo de meu Deus.
    Nem os cristão nem ateus
    Podem saber do dispois
    Antonce vem, ora pois
    O caminho percorrido
    Deve de ser dividido
    Pulos home que trabáia
    Nois num suporta a cangáia
    Num semo burro de báia.
    Per favô, num atrapáia
    Os cabra trabaiadô
    Dê um trocico de chão
    Se pegá desses ladrão
    Sobra terra e dessas boa
    Que é pau de fazê canoa
    Que dá pru sujeito vivê
    E criá us seus fiínho
    Cum tanto amô e carinho
    Tal e quar Cristo mandô
    Apois repare sinhô
    Que nois tudo é brasilero
    Fío do mesmo pulêro
    Adonde o galo cantô .
    Hora premera da vida
    Da nossa vida sufrida
    Feita de munta corage
    De sangue dos inocente
    Arrepare nossa gente
    No meio das paisage
    Bataiando só a só
    Nois num perciza de dó
    Nem qué sua proteção
    Isso nois num qué mais não
    Nois perciza é de justiça
    Nois num quer mais sê carniça
    Prus hôme pudê jantá
    Na fome descomuná
    Dos abutre mais faminto
    que véve nas capitár
    sugando o sangue sem cor
    dos home branco e retinto
    que vevem nesse recinto
    pra móde nus exprorá.
    Trabaiamo a vida entera
    Sem ter medo das porquera
    Que, por medo ou por bestera
    Os home que fais jorná
    Tenta fazê de nois tudo,
    Pior que os marginá.
    Repare bem seu dotô
    Apois quem sempe exprorô
    Os pobre dos lavradô,
    Róba de todos sem pena,
    E dispois lá vem a pena
    Desses home das nutiça,
    Dizeno que as puliça
    Divia nos martratá,
    Que Deus perdoe esses cabra
    Que as cabeça deles abra
    Pru mode compreendê
    Qui nois num semo bandido
    Que nois só fumo banido,
    Sem dereito a recramá,
    Que nois ta quereno tê
    É sumentes pra vivê
    Um tiquinho dessa terra,
    A terra adonde se encerra
    Nosso peito varonil
    Do nosso amado Brasil!

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