Homenagem ao PT

Por: Gilberto Freitas

Minha esperança paira sobre uma tempestade de raios e trovões, numa guerrilha diária e repetitiva.
Minha esperança dança sobre um turbilhão de notícias a esmo, palavras soltas e tentativas de golpe;
Minha esperança observa cada passo, medido e desmedido do inimigo feroz e voraz, louco e sedento.
Minha esperança aporta um cais após maremotos e tentativas de naufrágios dos sonhos, dos nossos sonhos.
Minha esperança atravessa um deserto de idéias e tempestades de areia jogadas sobre os olhos do povo em busca de um oásis.
Minha esperança se abraça com os cadáveres dos companheiros mortos, mas advinha o amanhã, o hoje, o sempre.
Minha esperança, vinda do ontem preso, calado, contido, restrito, vislumbra o lume ao final da estrada..
Minha esperança é apedrejada por tantos e tantos, mas a couraça se fortalece e segue adiante.Minha esperança, vai na boca desdentada e na roupa rota, dos aflitos, e sobrevive, cada vez maior.
Minha esperança reflete nos olhos da criança faminta e semimorta o brilho da comida e da escola.
Minha esperança, menina levada, rala o joelho, chora, mas volta a subir na árvore.
Minha esperança voa, corta os céus, e esverdeia o rumo dos meus pés cansados.
Minha esperança é uma estrela, brilha, vermelha, bela.Estrela guia, forte filha de tantas dores, de tantas flores vencendo canhão.
Minha esperança é um cálice de vinho, vermelho vinho, embriagando de alegria o velho peito estermecido.
Minha esperança moleca, sapeca, safada, se traduz sob os lençõis no vermelho sangue do sexo adorável e doce.
Minha esperança traz o gosto da primavera e de doce de moleque, feito do amendoim mais vermelho.
Minha esperança tem o sabor da vermelha cereja, de fruta gostosa, de canto de paz e amizade.
Minha esperança, vermelha na cor, vermelha de sangue, vermelha estrela.
Esteio de vida, tempo de estio, maravilha, Vermelha, da cor do PT.

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3 comentários

  • Anônimo  
    22/4/06 8:23 PM

    Vivemos hoje, em pleno abril de 2006, dia 22; 506 anos depois que Cabral aportou em terras baianas, a comemoração do redescobrimento do Brasil.
    Quando falo redescobrimento falo na descoberta de um povo fantástico, que sob a égide da mistura das raças, se torna, na sua potencialidade a esperança de um novo tempo.
    No tempo de glória de uma raça brasiliana subjugada por uma elite européia durante vários séculos, escravizada e expolorada.
    Raça composta do português exilado, do índio indomável e do negro escravizado, que, na doce mistura das raças, fez surgir um povo lutador, de índole trabalhadora, explorado até a medula pelas minorias oligárquicas, no coronelismo nordestino, nas fábricas paulistanas, nos engenhos de cana e nas plantações de café.
    Massa de manobra para os interesses da elite, massa explorada, ferida, pelos abutres e sanguessugas donos do poder.
    No belo nascimento dessa espécie de gente, temos as marcas cruéis de um capitalilsmo de selvageria inigualável na história recente da humanidade.
    A maioria dessa tribo brasilis ascedeu ao poder somente agora e já demonstra sua capacidade de gerir o bem público, com honradez e garra, criando em pouco tempo a luz do final do túnel, a esperança tantas vezes prometida e nunca permitida.
    Nosso orgulho de ser brasileiro surge, não de forma poética ou fantasiosa, mas sim, de forma linda de viver, maravilhosa de compartilhar.
    Nos olhos e nas mãos de um adolescente que mirando o futuro, recebe os raios do sol da manhã socialista, se percebe do que somos capazes.
    Povo brasilis, povo moreno, mulato, cafuso, mameluco, não importa, povo cristão, povo de reto comportamento, erga teus olhos, meu menino recém-nato.
    Meus olhos vislumbram teu futuro, por cima de todos os muros de desigualdade que tentaram erguer para te impedir teu amanhã.
    Minhas mãos acariciam tuas mãos calejadas de tanta terra arada, de tantas esperanças curtidas a sol e abortadas pela minoria que te sugou pela vida afora.
    Nessa data onde as cores de abril embelezam o céu, vejo-te embelezando o horizonte da espécie humana sobre a terra.
    Não conseguirão calar tua voz, por mais que tentem, não mais roubarão teus sonhos.
    CADA VEZ MAIS ME ORGULHO DE SER BRASILEIRO, não do BRASIL dos coronéis, mas desse Brasil que nasce a cada dia. O NOSSO BRASIL.

  • Anônimo  
    23/4/06 7:46 AM

    Tenho a certeza nos olhos, horizonte e amanhecer, tenho a força nas mãos, calejadas e na alma esperançosa.
    Tenho a vida na luta e a memória de meus mortos, num espaço de tempo que mais parece uma eternidade, tenho o porto e o barco, o campo e a cidade.
    Cidade de tantos guetos e favelas, de gritos e aflitos, nos morros e nas ruas.
    Tenho o sangue dos meus pais, avós e camaradas, correndo nas minhas veias, pelas artérias do meu corpo e continente.
    Tenho a angústia do que não vi, do que não vivi e, na verdade anseio.
    O seio da morena forte, os dentes cravados na carne macia, o amor louco e voraz das manhãs de preguiça.
    Tenho o gosto que atiça os ventos das mudanças, nas mãos o tempo que nunca veio, mas está se aproximando.
    Tanto tempo perdido, mas a vida se vinga e traz novo sabor, um cheiro de terra molhada, de fruta levemente apodrecida, derretendo na boca.
    Meu canto de amor à essa Terra, diversa e una, única e plural; do gado no curral, na infância sofrida entre enxada e ancinho.
    Tento meu canto insolente e insone, por meio de um resto de luz atravessando a porta. Inundando o quarto
    Acordando meus desejos e sensibilidade.
    Merguho no brilho da luminosidade calma e constante, recebo o beijo da manhã seducente e obscenamente lúdica.
    Me banho na cachoeira do final do arco-íris, na cútis da moça bonita, cabocla voraz, audaz e desnuda.
    Minhas palmeiras se foram, deixaram o eucalipto, mas o grito de libertas ainda ecoa, forte ressoa e invade a manhã.
    Meninos, eu vi; no canto dos passarinhos, o canto dos aflitos que, ecoava oco, mas hoje é respondido, de forma ainda tímida, mas tenaz;
    Nas senzalas restantes, nos quilombos e aldeias, nas mãos dos sofridos e discriminados.
    No berro dos sem-terra, sem-teto, mas com esperanças, ouço o grito dos açoitados, massacrados, prostituidos, exilados na própria terra, cultivada e cultuada, com suor e dignidade.
    Mas também ouço o alarde, o alarme soando, vem vindo um bando, tentando calar. A mordaça e o tronco renascem lá longe, na mão dos capitães do mato, dos senhores de engenho, nos donos da terra.
    De forma canalha, caluniam, vadios, tentam conter a turba dos desvalidos que, silenciosamente se soerguem e se aproximam.
    Maioria faminta das merendeiras, faxineiras, engraxates, domésticas, que invadem as escolas, os sonhos, a esperança.
    Mártires se foram, hoje não são mais tão necessários, por serem muitos;
    pelo furor dessa mudança na dança do poder, pela mulher que cresce e ocupa os espaços, pela sensibilidade do amor, da fragilidade da paz e da solidariedade dos pobres.
    Meu amor se banha no rio, vermelho, mar vermelho, atravessado; em busca do refúgio do futuro
    Como me orgulho do socialismo!
    Como estou aprendendo a amar esse país! A entender meu povo, minha gente, meus irmãos;
    Aos Dom Hélder Câmara, aos Pedros Tierra, aos homens de bem.
    A Frei Betto, a Betinho, a todos os que foram e estão e virão.
    Muito obrigado, o sonho se aproxima da realidade e nessa estaremos em corpo e alma, com a calma dos sábios, do povo sábio que se sabia sabiá; feito pra cantar livre, sem medo de ser feliz.

  • Anônimo  
    23/4/06 1:59 PM

    E o poeta surgi novamente inspirado...Beijos

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