Toshiba pagou propina, diz ex-funcionário
BRASÍLIA - Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-funcionário da Toshiba José Antonio Csapo Talavera afirmou que teriam sido cobrados da empresa US$ 5 milhões (R$ 10,55 milhões, em valores atualizados) de propina para que ela pudesse construir duas usinas termelétricas - em Campos dos Goytacazes e São Gonçalo (RJ) - para a empresa Furnas Centrais Elétricas. O depoimento de Talavera foi entregue ontem pelo deputado distrital Augusto Carvalho (PPS) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios.
No depoimento, o ex-funcionários da Toshiba confirmou a existência de um suposto esquema de pagamento de caixa dois para políticos e diretores de Furnas e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Talavera, que trabalhou na Tohiba entre fevereiro de 1997 a dezembro de 2004, não citou os nomes dos que teriam recebido propina.
"Se essa denúncia for procedente, é gravíssimo", afirmou o sub-relator de contratos da CPI, deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP). Cardozo recebeu ontem à tarde cópia de dois depoimentos dele à PF e à Divisão de Repressão a Crimes Fazendários. À PF, Talavera disse que não tinha "conhecimento de como seria operacionalizada a transferência de propina para diretores de Furnas e para políticos".
O ex-funcionário observou ainda que não sabia se "algum político ou diretor de Furnas, efetivamente, recebeu propinas". Segundo Talavera, o diretor da Toshiba em Minas Gerais, Leonídio Soares, relacionava-se com o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como autor de lista com o nome de 156 políticos que teriam recebido cerca de R$ 40 milhões de dinheiro de caixa dois na campanha eleitoral de 2002.
Talavera afirmou que soube do relacionamento entre Toledo e Soares "em razão de informações privilegiadas e dados que somente alguém muito próximo ao então diretor de Engenharia de Furnas poderia ter obtido". No testemunho, o ex-funcionário contou sobre a existência de "um grupo composto de grandes empresas que dominam as licitações e o fornecimento de bens e serviços para o setor elétrico".
Esse grupo, de acordo com Talavera, é chamado "pelos iniciados de Clube e composto, principalmente, pelas empresas Toshiba, Weg, Alston do Brasil, ABB, GE e Gevisa". Segundo o ex-funcionário, o grupo reúne-se em São Paulo "quando são definidos os vencedores de licitações e contratos com o poder público, bem como os valores que serão pagos a título de propina".
No depoimento à polícia, Talavera disse que nas reuniões de diretoria da empresa eram discutidos os contratos das usinas e que, nos "valores que seriam pagos por Furnas, já teriam embutidos percentuais destinados ao pagamento de propinas para a diretoria da estatal e alguns políticos".
Segundo o ex-empregado, "tais recursos seriam repassados para a estatal e para políticos por meio de falsos contratos de consultoria". Talavera disse ainda que "era de pleno conhecimento tanto dos diretores da Toshiba do Brasil quanto dos diretores da matriz japonesa a cobrança de propinas". www.tribunadaimprensa.com.br

Colaboração: Marcosomag

Esta é a oposição! Estão perdidos em meios a tantos escândalos, tentam negar, mas cada dia que passa surgem as evidências do seu envolvimento no caso "Furnas".

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1 comentários

  • Anônimo  
    8/3/06 2:23 AM

    Escreví, para o Mídia Independente, um artigo sobre a participação brasileira na resolução da crise política do Haití, que ora transcrevo. Caso você goste do artigo, gostaria que fosse publicado na página principal de seu blog como uma colaboração.

    "Solução brasileira na eleição no Haití impõe derrota aos EUA."

    Autor: marcosomag

    Subtítulo:

    "Com maestria, o Brasil fez acordo com outros países que observavam eleições no Haití, e fez fracassar longa tentativa de afastar grupo de Aristide do Poder no país antilhano."

    Texto principal:

    "Terminou de forma humilhante a tentativa dos estadunidenses em impor ao Haití um governo pró-EUA e legitimado pelo voto popular.

    As imagens de urnas lotadas de votos jogadas no lixo e a insistência da população em votar em um político do grupo do ex-Presidente Jean Bertrand Aristide, o candidato René Prèval foram o suficiente para o enviado especial do Presidente Lula ao Haití, Marco Aurélio Garcia, propor um acordo com outros países que observavam o processo eleitoral haitiano, para que Prèval fosse reconhecido como vencedor. Os estadunidenses, isolados politicamente na questão e assustados com a carnificina que poderia acontecer caso impusessem um absurdo segundo turno eleitoral, tiveram que "engolir" o "jeitinho" brasileiro e reconhecer a vitória de seu desafeto Renè Prèval.

    Após patrocinar o golpe de Estado que tirou o esquerdista Aristide do Poder em 2004, os estadunidenses usaram os "capacetes azuis" da ONU como biombo para tentar impor aos haitianos um governo que rejeitasse boas relações com Cuba, como fazia Aristide. O Brasil, líder da missão, surpreendeu os estadunidenses, se recusando a usar a força contra manifestações populares, apesar das pressões de Washington. Na crise da fraude eleitoral, novamente os soldados brasileiros tiveram atuação exemplar, se recusando a fazer o "papel sujo" que deles esperavam os estadunidenses.

    Com a confirmação da vitória de Préval, os haitianos festejaram nas ruas confraternizando com os brasileiros.

    Desdenhado pela oposição de direita, o "semi-analfabeto" Lula, sem demonstrar radicalismo, impôs uma derrota histórica ao poderoso gigante estadunidense.

    Para desespero do PSDB, PFL e da mídia burguesa do Brasil."

    Original está em "http://brasil.indymedia.org."

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